Após período de queda, modalidade volta a crescer
Após um período de recuo da tomada do crédito mercantil (fornecedores e demais créditos não bancários) por parte das empresas durante os anos de 2018 e 2020, os dados mostram um crescimento da modalidade em 2022, seguindo o crescimento apresentado em 2021. O estudo anual exclusivo da Serasa Experian mostra que 39,2% de todo crédito tomado pelas empresas se enquadrava na modalidade mercantil. A análise é feita com base na avaliação de cerca de 80 mil demonstrativos financeiros, das empresas dos setores primário, industrial, comercial e de serviços da economia brasileira.
De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, “em cenário econômico de aumento de juros e inadimplência, com o acesso ao crédito mais restrito, é natural que tenhamos uma retomada do crédito mercantil. As empresas buscam outras modalidades de crédito para compra de matérias-primas, por exemplo. Havíamos passado por um período de retração dessa opção, por conta dos incentivos fiscais e da queda dos juros durante a pandemia, mas por conta do atual cenário macroeconômico, observamos a retomada da categoria”.
Setores da economia
O estudo traz ainda um recorte setorial, e suas subdivisões, sobre o uso do crédito mercantil. Todos apresentaram uma expansão na tomada desse tipo de crédito na comparação com 2021.
Entre os setores, o comércio apresentou o maior crescimento ano contra ano e também com o maior percentual dentre o recorte. Com um avanço de 2,2 p.p., totalizando 54,4% no que se refere ao crédito mercantil. Dentro do setor, o comércio varejista fechou o ano de 22 com 53,8% e avanço de 1,8 p.p.; enquanto o atacadista se consolidou em 59,6% e 3,5 p.p. de expansão.
O setor de serviços seguiu na sequência de expansão, evoluindo 2,1 p.p. e concentrando 22,6% da concessão de crédito mercantil. Olhando os segmentos que compõe, o de energia elétrica apresenta a menor concentração (5,5%), seguido pela construção civil (22,6%), demais serviços (23,6%) e, por fim, telecomunicações (líder, 38,4%).
Olhando para a indústria, o crédito mercantil atingiu 41,5% do total de crédito concedido, um avanço de 1,2 p.p. em relação ao ano anterior. Entre suas subdivisões, bens intermediários tem a maior concentração dessa opção, com 43,8%, seguido por bens de capitais com 42,2%, bens de consumo semi e não duráveis com 38,2% e fechando com bens de consumo duráveis 37,6%.
Por fim,