Entre janeiro e dezembro do ano passado os varejistas brasileiros recorreram 2,38% a mais aos atacadistas na busca por financiamentos, em relação a 2016. Além disso, a inadimplência no setor caiu 9,4% na comparação interanual 2017/2016. Mas o cenário mais otimista do varejo ainda não reflete no risco de crédito do atacado: o altíssimo risco do setor subiu 4 pontos percentuais entre dezembro/2016 e dezembro/2017

A procura por crédito dos varejistas junto ao atacado cresceu 2,38% entre janeiro e dezembro de 2017, em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2016, na comparação com 2015, o setor atacadista havia enfrentado recuo de 13,79% da demanda, representada pela procura de crédito feita pelos varejistas brasileiros.

Para o diretor da Serasa Experian, Marcelo Leal, diante da retração geral da demanda empresarial por crédito, ainda decorrente do desempenho da economia - com vendas e produção estagnadas e consequente diminuição na necessidade de capital de giro para a produção - os números captados pelo atacado podem ser comemorados. “O crescimento da demanda do setor sinaliza que a necessidade de abastecimento do varejo, principal cliente do atacado, está sendo retomada, com expectativa de melhoria no faturamento, volume e rentabilidade dos agentes de distribuição”, diz Leal.

Entre as regiões do país, a Centro-Oeste foi a que mais evidenciou a busca por crédito do varejo, com crescimento de 21,62% em 2017, em relação a 2016. Na comparação 2016 com 2015 registrou-se retração de 1,94% na mesma região. No Sul, o aumento da demanda foi de 4,81% em 2017. A região havia apresentado desempenho negativo de 13,56% em 2016, frente a 2015. “O desempenho de ambas as regiões pode ser atribuído à atividade agrícola, incrementada nos últimos meses em alguns estados produtores”, diz Leal.

O Sudeste, responsável por metade da demanda por crédito dos varejistas junto ao atacado, avançou 0,30% no ano passado comparando com o ano anterior. Entre 2015 e 2016, a demanda por crédito na região foi 15,55% negativa.

No Nordeste observou-se queda de 4,05% na comparação anual 2017/2016. Já na comparação 2016/2015, a demanda por crédito havia ficado no vermelho, em 16,12%. No Norte o desempenho também foi negativo em 2017, com 4,17% de retração. Entre 2016 e 2015 a queda ficou em 8,76%.

Estados

Os Estados de Goiás (39,98%) e Rio Grande do Sul (20,60%) apresentaram as maiores expansões na demanda por crédito em 2017. “O incremento da renda local, devido o avanço da agropecuária, é um dos fatores que impulsionaram o aumento mais significativo nesses estados”, diz Leal.

Já na contramão da recuperação da demanda nacional, estados como Amapá (-37,73%), Maranhão (-30,24%), Acre (22,20%) e Rondônia (-21,07%)  retrocederam na busca por crédito nos primeiros no ano passado.

Confira a tabela completa:

Cenário mais otimista

Com a queda da inflação, gerando maior poder de compra dos consumidores de baixa renda, o varejo reativou sua demanda junto a seus fornecedores e, consequentemente, possibilitou o pagamento de dívidas em atraso. A inadimplência varejista recuou 9,4% entre janeiro e dezembro de 2017 em relação a igual período do ano retrasado. O recuo da inadimplência da economia em geral foi de 9,3% no período. Em relação às regiões, a inadimplência do varejo registrou queda no período em todas: -9,1% no Sudeste, -11,9% no Sul, -10,5% no Nordeste, -4,4% no Norte e – 10,8% no Centro-Oeste.

Risco de inadimplência do Atacado

Apesar da melhora da demanda de crédito do varejo brasileiro em 2017 e também da baixa da inadimplência no setor, o segmento atacadista ainda não teve tempo de refletir esse bom desempenho. Segundo os especialistas, espera-se que a continuidade da recuperação da economia, impulsionada pelo aumento do consumo, mantenha o varejo em expansão com reflexos mais significativos para o atacado em 2018.

Os atacadistas com altíssimo risco de ficar inadimplentes nos próximos seis meses representavam 24% do total em dezembro de 2016 e esse percentual subiu para 28% em dezembro de 2017. Veja abaixo a tabela completa com percentuais de todos os grupos.

“O crescimento interanual do grupo de atacadistas com alto ou altíssimo risco de ficar inadimplentes ganhou espaço sobre as demais categorias de risco. Um ano de recuperação moderada não foi suficiente para reverter todo o impacto gerado na cadeia de abastecimento ao longo dos últimos dois anos de crise no consumo doméstico”, diz Leal.

Segundo dados da ABAD, 53,7% do consumo nacional são abastecidos diretamente pelo Atacado. “O setor é um forte termômetro da situação econômica do país porque reflete o consumo da população, penalizada no último ano pelo desemprego e pelo processo inflacionário. Quando a restrição do consumo da população, que num momento de crise, compra somente o necessário e procura marcas secundárias mais baratas, chegou no pequeno varejo, acabou impactando a cadeia de abastecimento em geral”, ressalta o executivo.

Situação do risco nas regiões

A região Centro-Oeste concentra o maior crescimento interanual no grupo de empresas atacadistas em situação de inadimplência, com alta de 7,2 p.p. na comparação de dezembro 2016 x dezembro 2017. Em seguida, está o Sul, com evolução de 4,2 p.p.. Depois, aparece o Nordeste, 4,1 p.p. a mais de atacados inadimplentes, o Sudeste, com 2,8 p.p. e o Norte, com 2,1 p.p. na evolução da inadimplência do setor.

METODOLOGIA:

Demanda por Crédito

O Indicador Serasa Experian da Demanda das Empresas por Crédito é construído a partir de uma amostra significativa de cerca de 1,2 milhão de CNPJ consultados mensalmente na base de dados da Serasa Experian. A quantidade de CNPJ consultados, especificamente nas transações que configuram alguma relação creditícia entre as empresas e as instituições do sistema financeiro ou empresas não financeiras, é transformada em número índice (média de 2008 = 100). O indicador é segmentado por região geográfica, setor e porte.

Inadimplência

O Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas, por analisar eventos ocorridos em todo o Brasil, reflete o comportamento da inadimplência em âmbito nacional. O indicador considera as variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos protestados e dívidas vencidas com instituições bancárias e não bancárias.

Score

O peso de cada informação do Serasa Score é definido de acordo com um estudo do comportamento histórico de grupos de empresas com o anonimato preservado. Esses grupos são compostos por características financeiras parecidas. Desse modo, estatisticamente, é possível comparar os resultados obtidos por setor específico com os demais para o cálculo do Serasa Score.

A pontuação vai até 1.000 pontos: pontuação igual à zero significa altíssimo risco de inadimplência; de 01 até 400 pontos há alto risco de inadimplência; médio risco entre 401 e 700 e baixo risco para quem acumula pontuação acima de 700 pontos.

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