Índice que considera somente dívidas negativadas relevantes para o setor mostrou alta para os “arrendatários” e estabilidade para os “pequenos” e “médios produtores”
De acordo com o novo Indicador de Inadimplência do Agronegócio desenvolvido de forma inédita pela Serasa Experian, a divisão por abrangência de segmentos e dias de atraso da população agro analisada, revelou um perfil peculiar sobre o comportamento geral das dívidas vencidas e em particular de arrendatários de terras.
Quando considerada a inadimplência geral daqueles que atuam no agronegócio – englobando não só os credores ligados ao setor, mas as áreas de Utilities, Varejo e Telefonia, por exemplo, o percentual de negativados se manteve estável em cerca de 27,5% no 2º trimestre de 2023. No entanto, neste novo índice, que considera apenas as dívidas com vencimento superior a 180 dias e em setores que se relacionam às atividades principais do agronegócio, o dado é muito menor, de apenas 7,6%.
Ao analisar o comportamento da inadimplência do produtor nos últimos 3 anos com este novo índice, o que chamou a atenção foi o fato daqueles produtores puramente Arrendatários saírem de um patamar de 9% em 2020, para 13,7% no 2º trimestre de 2023. “Produtores proprietários de terras e Arrendatários tiveram um comportamento semelhante até o 2º trimestre de 2021 quando os Arrendatários tiveram um aumento considerável, se descolando dos demais segmentos”, explica o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta.
Quando analisamos a inadimplência por porte, no 2º trimestre de 2023, os pequenos proprietários rurais tiveram o menor percentual de inadimplência (6,3%), muito próximo do índice dos médios proprietários (6,5%). Para ambos, em relação com o 2º trimestre de 2022, o cenário é de estabilidade. Os grandes proprietários marcaram um indicador maior, chegando a 9,9%.
Segundo Marcelo Pimenta, “Quando olhamos para os inadimplentes que possuem débitos diretamente ligados à sua atuação no agronegócio identificamos um percentual pequeno, revelando que a maior parte dos proprietários rurais está honrando seus compromissos financeiros no campo e, sendo assim, garantindo a estabilidade econômica, bem como fomentando a evolução do setor”.
A inadimplência diminui conforme a idade aumenta
Na análise do indicador de inadimplência do proprietário rural por idade, é possível observar que a inadimplência diminui conforme a faixa etária aumenta. A única exceção é para a faixa de 30 a 39 anos, que registra um percentual de inadimplência ligeiramente maior (11,8%) do que aquele entre 18 e 29 anos (11,4%).