Hoje em dia, já é possível que uma loja saiba qual o perfil do consumidor que passa pelo seu ponto comercial por meio de aplicações como o Polis. Uma empresa é capaz de, por exemplo, identificar alguns dados demográficos (como capacidade de pagamento, estilo de vida e nível socioeconômico) das pessoas que costumam frequentar a região ou bairro, onde e com o que trabalham, e qual a frequência com que visitam uma loja. Mas imagine uma tecnologia que dá um zoom nessas ações e consegue identificar como cada cliente se comporta dentro do ponto comercial? E mais, ainda é capaz de determinar qual a composição de produtos que devem ser apresentados em prateleiras ou displays para aumentar vendas.
Esse tipo de monitoramento foi um conceito apresentado pelo DataLab, unidade focada em dados, inteligência artificial e inovação da Serasa Experian, durante o evento P&G Innovation Summit, na cidade do Panamá, e foi batizado de Ambient Intelligence. O objetivo é entender como caracterizar o ponto de venda, e a disposição de produtos de modo a afetar positivamente as vendas.
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O que é a Ambient Intelligence?
O projeto do DataLab na verdade é um conjunto de tecnologias que mapeia o comportamento e interação das pessoas dentro de um ponto comercial, assim como e-commerces fazem dentro de seus sites analisando as preferências dos visitantes ajustando vitrines, organização e indicação de produtos.
"Nós identificamos métricas que os e-commerces estão aplicando bem no meio digital, e pensamos em uma forma de fazer isso em lojas físicas", diz Darlan Farias, Data Engineer do DataLab da Serasa Experian
Para fazer isso o Ambient Intelligence conta com quatro módulos: localização Wi-Fi, assistente de voz, captura e reconhecimento de imagens e o Núcleo.
Com a localização Wi-Fi, é possível capturar informações dos aparelhos celulares para identificá-los unicamente e localizá-los, sem a necessidade de que estejam conectados à rede local (o Wi-Fi do aparelho só precisa estar ligado).
O assistente de voz usa o processamento de linguagem natural para reconhecer cada cliente por um sistema biométrico de voz.
Com as câmeras, é possível identificar o rosto das pessoas e acompanhar o movimento de suas cabeças para saber ao que elas estão dedicando mais atenção — em que ponto ou em que produto — analisando o que gera mais interesse. Além disso, um sistema de processamento de imagens é capaz de identificar produtos a partir de uma foto da prateleira, reconhecendo a composição de produtos nesse local para possibilitar a otimização de layouts e aumentar as vendas.
Por último, o Núcleo, um sistema que recebe e agrega informações de todos esses componentes e os associa a cada usuário, disponibilizando para análise. Assim a loja pode organizar o espaço e disposição de produtos de modo a potencializar suas vendas.
O futuro das vendas e machine learning
A Ambient Intelligence é uma solução experimental que ainda está passando por vários testes e se beneficia do machine learning: cujo mecanismos usam um algoritmo que vai aprendendo, tornando-os mais complexos com cada nova informação capturada.
No futuro, a Ambient Intelligence será capaz de analisar em tempo real as ações de uma pessoa dentro de uma loja e oferecer descontos específicos — e mesmo outros benefícios estratégicos que ainda não conseguimos imaginar — de acordo com preferências e comportamento no ponto de vendas. Com soluções como essa, lojas físicas irão, muito em breve, equiparar-se com e-commerces em capacidade de análise comportamental de seus clientes.