Estudo da Serasa Experian foi destaque na programação da Febraban Tech 2024

Um futuro promissor para a soja brasileira se desenha no horizonte, com um potencial de crescimento de até 80% em áreas já aptas para o cultivo, sem necessidade de novos desmatamentos. Essa é a principal conclusão de um estudo inédito da Serasa Experian, apresentado durante a Febraban Tech 2024 por Joel Risso, Diretor de Novos Negócios Agro da Serasa Experian, e Daniela Aveiro, Diretora de Operações Agro da Serasa Experian.

Discutida no painel "Dados e tecnologia impulsionando a oferta qualificada de crédito no agronegócio", a análise combina imagens de satélite e dados de crédito que revelaram um potencial de expansão de até 36,6 milhões de hectares (Mha) em pastagens já aptas para o cultivo da soja. Essa área representa mais de 80% da área atual de plantação da oleaginosa no país, um marco importante para o agronegócio brasileiro e para a segurança alimentar global.

Investimento estratégico para viabilizar expansão

O estudo estima que será preciso investir cerca de R$ 60 bilhões para alcançar essa ampliação de produção. Grande parte desse volume virá de linhas de crédito, com oportunidades para produtores rurais que apresentem baixo risco de inadimplência. O valor médio para converter um hectare de pastagem para o plantio de soja é de aproximadamente R$ 5 mil, podendo variar de acordo com o nível de degradação da área.

 Além da disponibilidade de pastagens aptas, olhar para o grau de degradação das áreas ajuda a definir a necessidade de investimentos para que esse processo de conversão ocorra. E, ao juntarmos isso com a probabilidade de inadimplência de cada de cada produtor, a informação se torna ainda mais estratégica para quem vai financiar esse processo. 

Joel Risso, Diretor de Novos Negócios Agro Serasa Experian

Apesar do momento atual apresentar uma certa estagnação nas taxas de expansão da soja motivada pelo estreitamento nas margens dos produtores e considerando o preço atual da commodity, o estudo realizado estimou um cenário relativo aos próximos 10 anos. Além disso, com base na análise histórica de comercialização da soja, observa-se que ciclos semelhantes não persistem por um longo período.

Queremos apoiar estrategicamente os bancos e todo o mercado financeiro a criar as melhores condições para permitir com que os produtores rurais tenham acesso ao crédito e possam expandir suas áreas, viabilizando certa previsão da demanda por investimentos, necessário à conversão das áreas, preparo e correção do solo, plantio até a colheita.

Joel Risso, Diretor de Novos Negócios Agro Serasa Experian

Associando as imagens de satélite aos dados do Agro Score, solução de análise de crédito desenvolvida especificamente para o agronegócio, foi possível aprofundar o conhecimento sobre as oportunidades, mapeando o perfil dos potenciais tomadores. Foi identificado que 24,6 dos 36,6 milhões de hectares de pastagens adequadas para o cultivo da soja estão sob a gestão de produtores com baixo risco de inadimplência, inferior a 3%.

Destaques Regionais: bioma Pampa lidera novas oportunidades

O Pampa se destaca com a maior proporção de pastagens aptas para virar lavouras (1,6 milhões de hectares), enquanto o Cerrado possui a maior área total apta (6,1 milhões de hectares). Em relação aos estados, o Pará detém a liderança em área de pastagens aptas sem degradação (1,7 milhões de hectares), enquanto o Mato Grosso do Sul apresenta a maior disponibilidade total de pastos propícios (6 milhões de hectares).

Quanto ao nível de degradação das pastagens, os biomas apresentam diferentes estágios:

  • Pampa: se destaca pela maior proporção de pastagens aptas com ausência de degradação (52% - 1,6 Mha) do total de 3,1 Mha.
  • Bioma Mata Atlântica: apresenta a maior proporção de pastagens com degradação severa (40% - 1,6 Mha) do total de 4,0 Mha de pastagens propícias ao plantio de soja.
  • Bioma Cerrado: possui o maior número de hectares degradados de forma severa (6,1 Mha) de pastagens aptas para a soja.

Mas o que torna esse potencial ainda mais animador?

Sustentabilidade em foco: a expansão da soja será direcionada para áreas já degradadas de pastagens, sem a necessidade de desmatamento. Isso contribui para a preservação ambiental e atende às demandas cada vez mais rigorosas do mercado internacional por produtos livres de desmatamento.

Oportunidades ampliadas: o estudo oferece um mapeamento detalhado das áreas aptas para a expansão da soja, com informações valiosas para diversos setores:

  • Produtores rurais: podem identificar as áreas mais adequadas para a expansão da produção, com menor custo e maior retorno sobre investimento.
  • Instituições financeiras: podem direcionar o crédito de forma mais assertiva, diminuindo riscos e impulsionando o agronegócio.
  • Empresas do agronegócio: podem otimizar suas estratégias de negócio e atender às demandas do mercado por produtos sustentáveis.
  • Órgãos públicos: podem formular políticas públicas que promovam o crescimento sustentável da soja no Brasil, com foco na preservação ambiental e no desenvolvimento social.

O estudo foi realizado com base em dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (LAPIGIG/UFG). A análise considerou apenas os CARs declarados, removendo aqueles com status "cancelado", e segmentou as áreas de pastagens aptas por bioma, dividindo-as por nível de degradação por conta de perda de biomassa no tempo: ausente, intermediária e severa.

Tecnologia como impulsionadora de sustentabilidade no Agro 5.0

Daniela Aveiro, Diretora de Operações Agro da Serasa Experian, também participou de outro painel durante a Febraban Tech 2024 que ampliou a discussão de como a adoção de novas tecnologias pode dinamizar as práticas sustentáveis no agronegócio. Com o título “Na especialização, o desafio de materializar o Agro 5.0”, a discussão reuniu especialistas de instituições financeiras, órgãos públicos e empresas que atuam na agroindústria.

O painel evidenciou o enorme potencial do Agro 5.0 para transformar o agronegócio brasileiro. No entanto, para que esse futuro promissor se torne realidade, é necessário investir em capacitação, crédito e na criação de um ambiente propício à inovação.

Crédito rural: a chave para impulsionar a inovação

Para que os produtores rurais possam aproveitar todo o potencial das novas tecnologias, o acesso a crédito rural se torna crucial. Financiamentos e linhas de investimento específicas para o setor são essenciais para viabilizar a adoção de inovações e impulsionar a modernização da agricultura brasileira.

O ecossistema digital do agro 5.0 deve funcionar dentro e fora da porteira, desde a agricultura de precisão ao compliance. E para isso é essencial que o crédito seja ampliado. 

Daniela Aveiro, Diretora de Operações Agro da Serasa Experian

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