O Green Deal Europeu (Pacto Verde Europeu) está remodelando a economia global, estabelecendo novas regras e padrões de sustentabilidade, com foco em alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Para o agronegócio brasileiro, isso significa que cadeias produtivas exportadoras para a União Europeia precisarão adotar práticas agrícolas mais sustentáveis e rastreáveis.

O impacto será profundo, exigindo que produtores e credores adaptem suas operações para manterem a competitividade no mercado internacional, especialmente com as novas exigências de produtos livres de desmatamento. Por isso, adaptar-se a essas mudanças não é apenas uma obrigação legal, mas uma oportunidade estratégica para elevar o padrão de sustentabilidade no Brasil e implementar tecnologias de monitoramento remoto.

Quer saber mais sobre o tema? Então, chegou ao lugar certo. Aqui, vamos explicar o que é o Pacto Verde Europeu, quais são os seus objetivos, como o agronegócio pode se adaptar às novas diretrizes e, ainda, ferramentas que podem auxiliar sua instituição no processo de adequação. Continue a leitura e aproveite os insights!

Afinal, o que é o Green Deal Europeu?

O Green Deal Europeu (EUDR ou Pacto Verde Europeu) é uma iniciativa estratégica da União Europeia sancionada em 2019, que “visa combater o desmatamento global ao banir a importação, pela UE, de produtos agropecuários que provenham de áreas desmatadas após 31 de dezembro de 2020”. Seu foco é transformar a economia do bloco, tornando-a sustentável e neutra em carbono até 2050.

A proposta do pacto ecológico europeu abrange uma gama de setores, como energia, transportes, construção e, principalmente, o agronegócio. Seu objetivo é reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa (55% até 2030) e promover uma economia circular.

Para o agronegócio, o impacto será profundo. A nova regulamentação EUDR exige que produtos como soja e carne bovina, exportados para a UE, estejam livres de desmatamento e cumpram rígidos padrões de sustentabilidade e rastreabilidade. Isso significa que os produtores e credores brasileiros enfrentarão maiores exigências para manterem a competitividade no mercado europeu, envolvendo grandes adaptações.

Uma pesquisa da Comissão Europeia aponta que a implementação total do Pacto Verde Europeu (EUDR) pode atrair até 1 trilhão de euros em investimentos para o bloco. No entanto, os países exportadores, como o Brasil, terão de ajustar suas cadeias produtivas para atender às novas normas ambientais e evitar restrições comerciais.

O setor agropecuário brasileiro, que depende da exportação para a UE, precisará de uma abordagem mais sustentável, utilizando novas tecnologias e certificações para mitigar os impactos.

A importância para os agentes de crédito reside no fato de que, ao financiar produtores que se adaptem a essas novas exigências, é possível mitigar riscos de inadimplência e fortalecer a segurança das operações financeiras no setor agrícola. Afinal, a sustentabilidade agora é um fator crucial para a viabilidade econômica das operações agroexportadoras.

Qual é o objetivo do Green Deal ou Pacto Verde Europeu?

O EUDR tem três objetivos centrais capazes de transformar as práticas econômicas e ambientais na Europa, exigindo que setores como o agronegócio adotem padrões rigorosos de sustentabilidade. São eles:

  1. Redução das emissões de gases de efeito estufa: a meta principal é reduzir as emissões em 55% até 2030, com o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até 2050;
  2. Preservação da biodiversidade: proteger e restaurar ecossistemas naturais, evitando práticas que causem desmatamento e degradação do solo;
  3. Promoção de uma economia circular: foco em minimizar o desperdício, reutilizar materiais e fomentar a eficiência energética em todos os setores produtivos.

Para o Brasil, o Pacto Ecológico Europeu significa que os produtores e credores devem adaptar suas práticas ao novo cenário, afinal, a Europa é um dos principais destinos das exportações agrícolas brasileiras. A introdução do EUDR exigirá que as cadeias produtivas brasileiras estejam livres de desmatamento e atendam a rígidos padrões ambientais.

Qual o resultado? De forma resumida, antevemos que isso pode aumentar custos, mas também oferece a oportunidade de elevar o padrão de sustentabilidade do agronegócio brasileiro, garantindo um maior acesso aos mercados globais.

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Como o agronegócio pode se adaptar às novas diretrizes do Green Deal (EUDR)?

A adaptação do agronegócio brasileiro às diretrizes do Pacto Verde Europeu é indispensável para manter a competitividade nas exportações. Por isso, trouxemos aqui algumas estratégias práticas que podem ser adotadas. Confira!

  • Adoção de tecnologias verdes: o uso de monitoramento via satélite e inteligência artificial pode garantir maior rastreabilidade das cadeias produtivas, permitindo que os produtos atendam às exigências de sustentabilidade da UE. Ferramentas de agricultura de precisão também ajudam a otimizar o uso de insumos e reduzir o impacto ambiental;
  • Práticas agrícolas sustentáveis: técnicas como o plantio direto, rotação de culturas e o uso de bioinsumos podem reduzir a emissão de carbono e melhorar a qualidade do solo. A adoção da agricultura de baixo carbono (Programa ABC+) já é uma prática incentivada no Brasil e está alinhada às exigências europeias;
  • Investimento em certificações ambientais: certificações como o Round Table on Responsible Soy (RTRS) e o Rainforest Alliance serão fundamentais para provar a sustentabilidade dos produtos exportados — elas garantem que as práticas agrícolas estão em conformidade com as metas ambientais do Green Deal (EUDR);
  • Parcerias internacionais e inovação tecnológica: colaborar com instituições de pesquisa e startups focadas em tecnologia verde pode acelerar a implementação de práticas sustentáveis. Parcerias com empresas europeias, já alinhadas ao Pacto Ecológico Europeu, podem facilitar o cumprimento das novas normas;
  • Diversificação de mercados e produtos: buscar diversificação, tanto no portfólio de produtos quanto nos mercados de exportação, é uma estratégia importante para reduzir a dependência das exportações para a UE e mitigar riscos relacionados às novas regulamentações.

Além disso, temos também mais algumas sugestões de insights aplicáveis. A primeira delas é o uso de ferramentas digitais, como o blockchain, para melhorar a rastreabilidade e a transparência da cadeia produtiva. A outra abrange o financiamento para inovação, aproveitando linhas de crédito sustentáveis e incentivos fiscais que fomentem práticas agrícolas alinhadas ao Green Deal (EUDR).

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