Relembre as principais discussões do Conacredi 2022
Desafios como a necessidade de diversificar as fontes de financiamento da produção agrícola, o enfrentamento das crises globais de energia e insumos e a adequação de boas práticas de negócios aos protocolos ESG foram alguns dos temas que nortearam a edição 2022 do Congresso Nacional de Crédito no Agronegócio (Conacredi). O evento – que é o mais relevante encontro da área no mercado brasileiro – aconteceu em formato híbrido (presencial e online) e reuniu quase mil representantes de instituições financeiras, tradings, revendas de insumos e maquinário que atuam no agro durante os dias 8 e 9 de novembro.
Entre as mais de 15 horas de conteúdo divididas entre palestras, debates e stands com experts e lideranças do agronegócio global, a Serasa Experian comandou o painel “Democratizando o acesso às informações de crédito, ESG e mercado agro”, liderado pelo nosso Diretor Executivo de Operações do agronegócio, Renato Girotto. Para enriquecer a discussão, Girotto recebeu os convidados Paulo Prado, Diretor de Crédito da AgroGalaxy, e Fernanda Teixeira Saturni, Gerente de Sustentabilidade da Louis Dreyfus Company-LDC.
Saturni e Prado iniciaram o bate-papo contextualizando o momento atual do ambiente de negócios na produção agrícola nacional e global. Ambos destacaram que, apesar de um padrão de volatilidade que tem tornado o crédito mais caro e as margens de rentabilidade mais apertadas, a tendência é de que os produtores rurais sigam cumprindo os contratos relativos às próximas safras. A capacidade de tomar decisões ágeis e bem-informadas graças ao uso de tecnologia e inteligência analítica foi considerada essencial para a gestão de crédito e mitigação de risco.
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Crédito: acesso a informações melhora qualidade da concessão
“Acessar informação de modo estratégico e no momento certo, aumenta a qualidade da concessão de crédito, reduz risco e garante melhores margens de lucro”, afirmou Paulo Prado. “O custo do financiamento agrícola é caro, mas dados como comportamento financeiro e histórico de safras ajudam, por exemplo, as tradings a modelarem a relação entre gastos de produção e rentabilidade do produtor, além de apontar outras possibilidades para reduzir riscos como a adoção de seguros agrícolas”.
Para Fernanda Saturni, as tecnologias de georreferenciamento e monitoramento de safras são importantes para apoiar etapas como a originação em empresas do agronegócio:
Fernanda Saturni
Gerente de Sustentabilidade da Louis Dreyfus Company-LDC sobre a importância das
tecnologias de georreferenciamento e monitoramento de safras no apoio das etapas como
a originação em empresas do agronegócio
ESG: encarar desafio como agenda positiva gera novos negócios
É necessário que os agentes da cadeia de negócios do agro evoluam no posicionamento quanto ao cumprimento de regulações ESG. Esse foi o diagnóstico final do painel. Passar de uma visão reativa para uma agenda positiva é uma mudança de atitude ressaltada pelos painelistas como peça-chave para gerar novas oportunidades de negócio.
“Produtores que tenham perfil para se adequar ao cenário ESG ou que já cumprem os requisitos para atender a certificações ou participar de programas de crédito de carbono, adicionam mais valor ao seu produto”, explicou Saturni. Outra possibilidade apontada no painel é que produtores que preservam mais vegetação nativa do que o exigido pela legislação, acessem linhas de crédito exclusivas. “É valioso para toda a cadeia: ganha quem pr oduz, quem comercializa o que foi cultivado e o próprio consumidor final que busca relações de consumo mais sustentáveis”, finaliza.
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