A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) projeta uma alta no crescimento do PIB do agronegócio em 2025, podendo alcançar 5%. Esse avanço é impulsionado principalmente pela expansão da produção primária agrícola, com ênfase nos grãos, além do fortalecimento da indústria de insumos e da agroindústria exportadora.

Contudo, há desafios consideráveis no cenário econômico global e interno. Entre os fatores que impactam o setor estão a política fiscal, a variação cambial, a inflação, a queda nos preços das commodities e a manutenção da taxa Selic em patamares elevados.

Por isso, o financiamento proporcionado por instituições como cooperativas de crédito rural pode ser uma opção vantajosa — afinal, elas se destacam por sua capilaridade em regiões rurais, taxas mais acessíveis, menor burocracia, diversificação de fontes de financiamento e impacto no desenvolvimento local. Mas como elas podem ter a segurança de não incorrer nos riscos envolvidos durante a concessão de valores? É isso que vamos abordar hoje. Aproveite!

Qual é o cenário atual do crédito rural no Brasil?

Segundo levantamentos feitos pelo CNA, "o cenário continuará desafiador e conturbado com o acirramento nas tensões entre as principais economias mundiais e com as sanções do próprio bloco europeu aos produtos agropecuários brasileiros por meio de medidas como a Lei Antidesmatamento (European Union Deforestation Regulation - EUDR)".

Mas as implicações não se resumem apenas a isso. Outro ponto de atenção para os produtores rurais brasileiros é a valorização do dólar. Embora esse fator favoreça a antecipação das negociações das commodities agrícolas, ele também impacta os custos dos insumos essenciais para a produção, como fertilizantes e pacotes tecnológicos, que são, em grande parte, importados.

Além disso, o crédito rural subsidiado, historicamente utilizado pelo agronegócio, tem sido reduzido pelo governo. Como consequência, os desembolsos dessa modalidade caíram 24,5% na safra 2024/2025 em relação à safra anterior, totalizando R$ 152 bilhões, conforme mostrado pelo levantamento.

O diretor de agronegócio do Bradesco, Roberto França, destaca que há limitações nos valores concedidos, complementando que a demanda por crédito cresceu consideravelmente nos últimos anos, mas o crédito rural vem perdendo representatividade como principal fonte de financiamento:

“Os grandes produtores não podem tomar mais de R$ 3 milhões já há uns cinco ou seis anos safra. O médio produtor só pode tomar até R$ 1,5 milhão também já nos últimos cinco anos e o Pronaf, para a agricultura familiar, é de R$ 250 mil.”

“Só que a demanda por crédito rural nos últimos cinco anos cresceu bastante. Ele vem perdendo representatividade no financiamento porque o produtor não consegue mais se financiar, na totalidade, com o recurso obrigatório.”

Assim, os bancos estão substituindo o crédito rural subsidiado por modalidades de financiamento privado. As Cédulas de Produto Rural (CPRs) bancárias, por exemplo, registraram um crescimento significativo de 58,8%, passando de R$ 65,8 bilhões para R$ 104,5 bilhões. No entanto, o custo mais elevado dessas operações no mercado pode tornar essa alternativa menos viável ao longo do tempo.

Qual é a relação entre as cooperativas e o crédito rural?

Diante do cenário desafiador descrito anteriormente, o setor agropecuário precisará intensificar sua organização para aprimorar a gestão de riscos, ampliar o acesso a fontes alternativas de financiamento — como o mercado de capitais — e adotar estratégias que garantam a sustentabilidade econômica, especialmente diante do aumento dos custos de produção previstos para o próximo Plano Safra (2025/26).

E é nesse contexto exato que as cooperativas de crédito rural se apresentam como um fator determinante para viabilizar recursos aos produtores, seja para custeio, investimento, comercialização ou industrialização. Entre os principais diferenciais dessas instituições em relação aos bancos tradicionais, destacam-se:

  • Juros mais baixos em comparação aos bancos tradicionais;
  • Maior proximidade com o produtor rural;
  • Mais flexibilidade nas condições e prazos de pagamento;
  • Menos burocracia na liberação do crédito;
  • Diversificação das fontes de financiamento para suprir a falta de crédito governamental;
  • Fomento à economia local e redistribuição de lucros para os próprios agricultores;
  • Alternativa para produtores que não têm acesso ao crédito tradicional.

Inclusão financeira e uma eficiente captação de recursos

Você sabia que as cooperativas de crédito têm presença significativa em áreas rurais? Muitas vezes, elas acabam sendo as únicas instituições financeiras disponíveis em municípios menores — apenas em 2023, elas estavam presentes em 57% dos municípios brasileiros — contribuindo, assim, para a inclusão financeira, o fortalecimento e a sustentabilidade do agronegócio brasileiro com práticas ESG (principalmente a agricultores e pequenos produtores rurais)!

Além da presença estratégica no interior do país, essas instituições se destacam pela diversificação das fontes de captação de recursos. Entre os principais mecanismos utilizados estão os depósitos a prazo e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), que, até junho de 2024, apresentaram um crescimento de 12% e atingiram R$ 472,9 bilhões, um indicador da confiança dos investidores nesse tipo de aplicação.

Segundo especialistas do setor, esses recursos são essenciais para impulsionar as operações de crédito rural. Como apontam dados do mercado financeiro, as captações totais das cooperativas, ao final de 2023, chegaram a R$ 581,6 bilhões, com os depósitos a prazo representando 47,6% desse montante.

Sustentabilidade, desenvolvimento e solidez

Além de apoiar a produção, as cooperativas de crédito colaboram para o desenvolvimento sustentável das comunidades. Por meio de programas educacionais, sociais e de assistência técnica, essas instituições reinvestem parte de suas sobras para fortalecer a infraestrutura local e melhorar a qualidade de vida dos cooperados.

Por outro viés, o setor também apresenta crescimento sólido e sustentável. Segundo o relatório "Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo", publicado em 2024 e referente ao ano de 2023, o patrimônio líquido das cooperativas singulares teve um avanço de 20,6%, totalizando R$ 98,8 bilhões. Esse crescimento é essencial para garantir a expansão do crédito rural e atender às crescentes demandas do setor.

Outro fator que reforça a solidez das cooperativas é o seu índice de Basileia, um indicador que mede a capacidade de solvência das instituições financeiras. No período analisado, as cooperativas mantiveram um patamar confortável de 20,7%, demonstrando uma significativa margem de capital para sustentar o crescimento da carteira de crédito e ampliar o financiamento ao setor agropecuário.

Assim, combinando solidez financeira e compromisso com o desenvolvimento sustentável, as cooperativas de crédito rural seguem fortalecendo sua posição como um dos principais pilares de apoio ao agronegócio brasileiro.

Conheça as soluções da Serasa Experian voltadas para o agronegócio!

No cenário que apresentamos aqui, é possível perceber que financiar com segurança e eficiência exige um nível cada vez maior de precisão na avaliação de riscos de crédito. E para as cooperativas que atuam no setor agropecuário, contar com dados confiáveis sobre o perfil financeiro e a situação socioambiental dos produtores rurais é um fator decisivo para minimizar riscos e ampliar oportunidades de relações promissoras.

Pensando nisso, nós, da Serasa Experian, desenvolvemos duas soluções inovadoras voltadas especificamente para a análise de crédito no setor agropecuário: o Agro Score e o Farm Check. Elas permitem a tomada de decisões mais embasadas, a redução de riscos e a oferta de melhores condições aos seus parceiros. Confira como cada uma delas pode contribuir para tornar a concessão de crédito rural mais segura e estratégica:

Agro Score

O Agro Score é a primeira solução de pontuação de crédito desenvolvida exclusivamente para o agronegócio. Baseado em um banco de dados extenso e especializado, ele possibilita que financiadores analisem, de maneira ágil e precisa, a probabilidade de inadimplência dos produtores rurais, identificando tanto aqueles com bom histórico financeiro quanto os que apresentam maior risco. Entre os principais benefícios da solução estão:

  • Análises de crédito escaláveis e seguras, garantindo maior previsibilidade nas concessões;
  • Redução de custos operacionais, com processos mais ágeis e eficientes;
  • Uso de dados específicos do setor agropecuário, otimizando a tomada de decisão;
  • Integração via API, permitindo o acesso facilitado às informações em diferentes plataformas.

Assim, as IFs com foco em crédito rural ganham mais previsibilidade na concessão de crédito, garantindo maior segurança financeira para os produtores rurais e reduzindo a inadimplência no setor!

Farm Check

Já o Farm Check foi desenvolvido para reunir, centralizar e organizar as informações mais relevantes na análise de crédito rural. Com apenas um CPF ou CNPJ, a ferramenta acessa dados provenientes de mais de 170 fontes, oferecendo uma percepção detalhada do produtor rural, suas propriedades e fatores socioambientais associados. Os principais diferenciais do Farm Check incluem:

  • Consulta unificada de dados financeiros, tributários e judiciais, incluindo Receita Federal, Pronaf, BNDES, Refin e Pefin;
  • Análise socioambiental e reputacional, garantindo compliance com normas ambientais e regulatórias;
  • Detalhamento sobre propriedades rurais, contemplando status no CAR, tipo de cultura e outras informações estratégicas;
  • Rastreamento de possíveis riscos reputacionais, auxiliando na tomada de decisão.

Independentemente da solução escolhida, as cooperativas de crédito podem contar com a expertise e a credibilidade da Serasa Experian para tomar decisões mais seguras e embasadas. Fale com um de nossos especialistas e descubra como essas ferramentas podem transformar a concessão de crédito no agronegócio!