Especial CMS AgroEvolution: explorando novas rotas da sustentabilidade
O cenário do agronegócio brasileiro está em constante evolução, impulsionado pela adoção crescente de tecnologias inovadoras e pela busca por práticas mais sustentáveis em toda a cadeia produtiva. Um exemplo dessa tendência é o Pacto Ecológico Europeu, conhecido como Green Deal, iniciativa da União Europeia para modificar ações que contribuem para a emissão de gases de efeito estufa, que pode impactar a produção agropecuária em países de outros continentes.
Em meio a essa transformação dinâmica, a Serasa Experian não apenas oferece soluções para apoiar a jornada de crédito e ESG de credores e produtores, mas também desempenha um papel ativo na reflexão e produção de conhecimento sobre os desafios enfrentados pelo segmento.
Na entrevista a seguir, Moisés Salgado, Gerente Executivo de Serviços de Monitoramento, compartilha insights valiosos sobre como as novas tecnologias de monitoramento estão impulsionando práticas agrícolas sustentáveis, auxiliando traders e exportadoras a atenderem metas de compliance globais e promovendo uma cadeia produtiva cada vez mais transparente na agropecuária.
Moises Salgado é agrônomo apaixonado pelo desenvolvimento de soluções baseadas em tecnologia, com uma trajetória marcante na aplicação de sensoriamento remoto e sistemas de informação geográfica (GIS) para resolver desafios na cadeia produtiva do agronegócio.
Como as tecnologias de monitoramento remoto estão impulsionando práticas agrícolas sustentáveis?
A transformação digital está redefinindo a forma como enxergamos a agricultura, e o monitoramento remoto é uma peça-chave nesse quebra-cabeça. Ao utilizar imagens de satélite e tecnologias de geoprocessamento, podemos observar e registrar a evolução das áreas de produção agrícola ao longo do tempo. Essas ferramentas não apenas nos permitem identificar áreas de desmatamento, mas também nos capacitam a rastrear práticas agrícolas, avaliar a saúde das pastagens e monitorar mudanças no uso da terra. Dessa forma, o monitoramento remoto não apenas impulsiona a eficiência operacional, mas também ajuda a atender às metas de sustentabilidade do mercado europeu e a promover uma agricultura mais responsável e transparente.
Quais os desafios que o monitoramento pode enfrentar em relação à rastreabilidade na agropecuária?
Cada setor do agronegócio apresenta seus próprios desafios em termos de rastreabilidade. Na pecuária, por exemplo, o processo de rastreamento desde a origem do animal até a produção final de carne é complexo, pois envolve diferentes etapas, como cria, recria, engorda e terminação. O monitoramento remoto pode ajudar a mapear essas áreas , identificar mudanças no uso da terra e avaliar a capacidade produtiva das áreas. No entanto, a qualidade regulatória e as especificidades de cada commodity podem representar obstáculos adicionais. Portanto, é essencial desenvolver soluções adaptadas a cada contexto, garantindo a precisão e a confiabilidade do monitoramento em toda a cadeia produtiva.
Qual é o papel do monitoramento na diversificação de fontes de financiamento?
O monitoramento remoto não apenas fornece informações valiosas sobre práticas agrícolas, mas também ajuda a comprovar a conformidade com programas de financiamento e investimento. Ao rastrear e documentar o uso da terra, a saúde das lavouras e o cumprimento de práticas sustentáveis, podemos demonstrar de forma transparente o impacto nas operações agrícolas. Isso não só ajuda a mitigar riscos para os financiadores, mas também abre portas para novas oportunidades de financiamento, como programas de agricultura de baixo carbono e reforma de pastagens. Assim, o monitoramento remoto se torna uma ferramenta essencial na busca por uma agricultura mais responsável e rentável.
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