Que a agricultura é um dos setores mais rentáveis para a economia mundial, todos nós já sabemos. Mas você sabia que ela tem um papel fundamental na economia do país, principalmente, por conta da sua capacidade de fornecer serviços ambientais e ecossistêmicos, insumos biológicos, nutrição em massa da população e de desenvolver a cultura, tradição e turismo de inúmeras regiões brasileiras?
Apesar de estar presente desde sempre no dia a dia das pessoas, a agricultura vem passando por inúmeras transformações impulsionadas pelo desenvolvimento da tecnologia e de novas necessidades de consumo. Neste contexto, a agricultura 4.0 veio como uma revolução que trouxe inúmeras formas de automatizar os processos produtivos.
No entanto, esses avanços se tornaram cada vez mais frequentes nos últimos anos, e a maioria das inovações trazidas pela última revolução ficaram desatualizadas. Deste modo, a agricultura 5.0 emerge e entra em cena, com promessas de potencializar a produtividade no setor agrícola e maximizar os retornos de investimento de grandes empresas.
Aqui, você vai conhecer os pilares da agricultura 5.0, como funciona, seus impactos na sociedade e na economia e, principalmente, suas principais tendências. Continue conosco e veja!
Neste conteúdo você vai ver
O que é a agricultura 5.0?
A agricultura 5.0 pode ser caracterizada como a quinta revolução do setor agrícola. Em outras palavras, ela representa a união das melhores tecnologias existentes na atualidade com as práticas agrícolas mais tradicionais do mercado para otimizar a produtividade do campo.
Essa junção do útil ao agradável resulta em um potente ecossistema, munido de sustentabilidade, eficiência e inteligência. Diferentemente da agricultura 4.0, que se concentrava apenas na automatização e mecanização das produções, este novo modelo destaca a IA, o Big Data, a Internet das Coisas (IoT) e o monitoramento de dados para aperfeiçoar ainda mais um dos maiores setores de lucro do mundo.
As empresas que concedem crédito aos investidores da agricultura, por exemplo, também beneficiam-se fortemente com a agricultura 5.0, já que fica muito mais fácil analisar e compreender as principais movimentações e tendências deste tipo de mercado — como qualidade de safra e práticas sustentáveis — para, então, fornecer um suporte especializado aos clientes.
O desenvolvimento do setor colabora ainda para um aumento exponencial de ganhos com a produtividade e lucratividade através da automação de insumos, taxa de aplicações variáveis, mapeamento de produções e coleta de dados reais para orientar todas as tomadas de decisão que envolvem as lavouras.
Além disso, podemos destacar um crescimento notável na capacidade de processamento de dados e na autonomia trazidos pela inteligência artificial. A pulverização de produtos com drones na agricultura, mapeamento de áreas por satélites, sistemas de gestão integrada, análise de solo georreferenciada e tecnologias para melhores plantios também só são possíveis em razão da agricultura 5.0.
Assim, fica evidente que os empresários do setor que se interessam e optam pela internalização desses principais pontos da revolução terão excelentes ganhos, seja na cadeia de produção de suprimentos, na disponibilização de crédito para investidores ou para os próprios produtores rurais.
Mas afinal, como acontece todo o funcionamento da agricultura 5.0 na prática? Continue atento, pois é sobre isso que falaremos a seguir!
Como a agricultura 5.0 funciona?
Como abordamos nos primeiros parágrafos deste conteúdo, o grande diferencial da agricultura 5.0 é a intercooperação sutil entre a alta tecnologia e as mais tradicionais práticas agrícolas deste setor. Assim, aquelas fazendas responsáveis por toda a produção agrícola tornam-se verdadeiras empresas envolvidas pela era digital.
No entanto, para que este modelo tenha máxima eficiência, é imprescindível que todos os recursos estejam interligados, que a comunicação interna seja mais clara e transparente e que o desenvolvimento da capacidade analítica seja alcançado. Por isso, cada aspecto da produção é monitorado e otimizado em tempo real.
Com o auxílio de recursos de inteligência artificial e diversas ferramentas de IoT — como o location intelligence, softwares de gestão, sensores, drones, etc. — implantados em todas as áreas de produção, é possível obter dados concretos sobre condições climáticas, saúde dos insumos, umidade do solo e muito mais.
Assim, os mais diversos insights são obtidos para que os agricultores saibam o momento mais propício para plantar, irrigar, fertilizar e colher, e assim fazer um planejamento estratégico para cada safra.
Essas informações coletadas também colaboram para que o produtor tome medidas estratégicas para enfrentar ou evitar possíveis desastres ecológicos, climáticos e, consequentemente, financeiros e estruturais.
Agora que você entendeu o que é a agricultura 5.0 e como ela funciona para o mercado investidor e para os próprios produtores rurais, podemos partir para outro assunto extremamente relevante: os impactos da agricultura 5.0. Vamos lá?
Quais são os impactos da agricultura 5.0?
Como pudemos perceber até agora, a agricultura 5.0 traz inúmeros benefícios tanto para os produtores quanto para os consumidores, empresas e investidores. Confira a seguir todas essas vantagens de forma resumida:
- Aumento significativo da produtividade e da rotina de trabalho das fazendas, com o correto e otimizado uso de recursos digitais;
- Redução inteligente de custos e desperdícios, através da correta utilização de insumos e agrotóxicos agrícolas;
- Aumento na produção e qualidade da safra através do monitoramento contínuo de condições ambientais, qualidade e segurança dos produtos e processo de produção;
- Agrupamento e análise de informações precisas através dos softwares de ponta implementados na gestão interna;
- Facilidade em identificar e resolver problemas como falhas internas ou infestações;
- Práticas ESG e economia sustentável com a minimização do uso de agroquímicos e recursos naturais.
É importante mencionar também que cada produtor, individualmente, terá resultados visíveis ao fazer parte da agricultura 5.0, uma vez que esse modelo analisa particularmente cada safra em questão.
Agora, que tal conhecer as principais tendências da agricultura 5.0 e as tecnologias aplicadas nos setores agrícolas? Logo abaixo, separamos os mais notáveis no mercado, veja!
Quais são as principais tendências da agricultura 5.0?
De forma resumida, as principais tendências da agricultura 5.0 são:
- Big Data;
- Internet das Coisas;
- Machine Learning;
- Tecnologias preditivas;
- Drones;
- Sensoriamento remoto;
- Agricultura vertical.
Agora, que tal entendermos as peculiaridades de todas essas tecnologias? Continue conosco e confira!
1. Big Data e Internet das Coisas (IoT)
Primeiramente, cabe esclarecer esses dois conceitos. De forma resumida, o Big Data refere-se a um conjunto de informações diversas e não ordenadas, armazenadas em dados e servidores de todas as empresas.
A Internet das Coisas, por sua vez, refere-se à coletividade de informações conectadas em uma rede de dispositivos tecnológicos capazes de transmitir dados.
No contexto da agricultura 5.0, podemos dizer que a grande quantidade de informações de um Big Data é coletada e armazenada massivamente por meio de dispositivos IoT — como sensores de solo e clima, câmeras e mais —, para que, então, os agricultores guiem suas produções baseados em dados que otimizam o cultivo, a irrigação, gestão de recursos e as previsibilidades que os acompanham.
2. Tecnologias preditivas
Ao mesmo tempo em que ocorre a coleta e o armazenamento das informações essenciais para o desenvolvimento agrícola, essas tecnologias inovadoras também utilizam esses dados do Big Data para informar em que momento, especificamente, será necessário que as equipes hajam antecipadamente aos problemas que poderão ocorrer.
Em outras palavras, as tecnologias de manutenção preditivas aparecem como forma de apontar possíveis obstáculos antes que eles cheguem a acontecer, seja para prever pragas, doenças ou outras complicações nas lavouras. A partir disso, elas emitem mapas de aplicação, mostrando exatamente o local propenso a esses problemas.
Assim, ao invés de o empresário rural gastar uma enorme quantidade com insumos em todas as áreas de cultivo, ele poderá direcionar seus investimentos somente onde é necessário, resultando na economia de tempo, dinheiro e trabalho.
3. Machine Learning
Você sabe o que é machine learning? De forma resumida, ele se caracteriza como um subconjunto da inteligência artificial que, através de algoritmos supervisionados ou não-supervisionados, dá aos softwares a capacidade de identificar padrões de dados massivos e possibilitar a previsibilidade que falamos no tópico anterior.
Em outras palavras, isso quer dizer que a partir do consumo de diversas informações, tendências e padrões coletados pela IA, essas “sub-tecnologias” aprendem muito mais e, assim, melhoram consideravelmente seus sistemas internos, resultando nas tecnologias preditivas que permitem tomada de decisões informadas e precisas!
4. Drones aplicados à agricultura
Outra forte tendência da agricultura 5.0 está associada ao uso de drones na agricultura! O uso dessas tecnologias motorizadas podem ser diversos: vão desde a emissão de alertas para eventos importantes por meio de imagens aéreas, até a promoção da sustentabilidade no setor agrícola. Além disso, eles também são ideais para:
- Prever eventos meteorológicos que podem danificar as produções, como velocidade do vento e umidade;
- Avaliar a lavoura com perspectivas e ângulos diferentes;
- Demarcar áreas de plantio;
- Monitorar as lavouras, coletando dados que podem ser usados para controlar rebanhos, avaliar o estado das plantações, verificar problemas de irrigação e quantificar a necessidade de fertilizante para as próximas safras;
- Melhorar a proteção das demarcações da propriedade em relação à invasão e roubos;
- Controlar o movimento de rebanho por meio de sinais sonoros e visuais;
- Reduzir o uso excessivo de energia, o desperdício de recursos naturais e colaborar para que existam novas estratégias de ESG.
5. Sensoriamento remoto
O sensoriamento remoto está relacionado, basicamente, com o mesmo princípio dos drones na agricultura. Ou seja, é a partir do uso de equipamentos de captação como satélites, aeronaves e os drones, que informações relevantes sobre a propriedade rural são obtidas sem que haja contato físico com o local.
Essa forma de tecnologia utiliza sensores presentes nesses equipamentos para monitorar as lavouras, captar informações específicas sobre a área como vegetação, temperatura e umidade do solo, para identificar os problemas e oportunidades de melhoria que podem ser implementadas.
Assim como as outras formas de tecnologia que citamos no decorrer dessa lista, o sensoriamento remoto também pode ser estrategicamente utilizado em conjunto com as boas práticas de ESG, que tem como escopo a garantia de uma economia sustentável em questões ambientais, sociais e de governança.
6. Agricultura vertical
Por último, mas não menos importante, podemos dizer que a agricultura vertical também é uma forte tendência da agricultura 5.0. Ela se caracteriza, principalmente, pelo conjunto de técnicas de cultivo direcionadas para produções em locais que não suportam a agricultura comum, como os grandes centros urbanos.
Através de técnicas de engenharia específicas para produzir mais em menos espaço, ela auxilia tanto na produção de alimentos como, principalmente, na supervisão ambiental de interiores, agindo diretamente no controle artificial de temperatura, luz, gases e umidade dos ambientes.
Qual a importância do monitoramento na agricultura 5.0?
Como vimos, o monitoramento agrícola desenvolve um papel fundamental na agricultura 5.0. Quando colocado em prática em conjunto com outras técnicas tradicionais de controle, ele permite o ajuste de práticas de manejo e a identificação de problemas precocemente, além de contribuir para maximizar a produtividade e a consequente rentabilidade das operações.
Cabe mencionar aqui, que os diferentes tipos de monitoramento de lavouras que recorrentemente mencionamos no decorrer do conteúdo abrangem:
- Manejo integrado de pragas (MIP): envolve o tratamento de sementes, controle biológico, rotação de cultura, controle químico, etc.;
- Manejo integrado de doenças (MID): utiliza técnicas e medidas sustentáveis e mais assertivas com base no MIP, para combater microorganismos que se disseminam rapidamente pela plantação, como fungos, vírus e bactérias;
- Amostragem de solo: esse tipo de monitoramento refere-se à coleta de amostras representativas do solo de todas as áreas de cultivo, que quando enviadas a um laboratório, resultam em informações tanto sobre a fertilidade quanto sobre a presença de algum patógeno ou inseto nocivo;
- Armadilhas luminosas, adesivas ou com feromônios, ou pano de batida;
- Exame de folhas, flores e frutos da lavoura in loco;
- Monitoramento por imagens com fotografias ou vídeos armazenados, processados e analisados por softwares de gestão agrícola, que, como mencionamos, têm a capacidade de identificar anomalias e enviar alertas sobre áreas que precisam de atenção especial.
Este último, principalmente, faz parte dos avanços tecnológicos aplicados na agricultura 5.0, mostrando que é possível controlar mais precisamente todos os perímetros necessários.
O que antes precisava ser feito com muitas pessoas em campo, hoje, pode ser realizado pelo céu com o auxílio de satélites, drones e câmeras de tecnologia de ponta, que se integrados a softwares de inteligência analítica, também apontam diferentes informações das que citamos, como:
- Identificação de problemas atuais e futuros sobre pragas, doenças e eventos climáticos, permitindo a adoção de estratégias mais eficientes;
- Proteção do desenvolvimento da plantação em todos os perímetros;
- Aumento na produtividade em escala da lavoura, já que os danos são mitigados;
- Melhora visível da qualidade dos insumos obtidos;
- Reduz gastos com o investimento em defensivos;
- Permite a aplicação desses defensivos, em menor escala e em pontos específicos da lavoura;
- Otimiza o planejamento a médio e longo prazo das safras;
- Aumenta a capacidade de competitividade do empresário agrícola no mercado.
Além disso, é notável que todas essas vantagens também colaboram para que as lavouras estejam aptas para chamar a atenção de inúmeros novos investidores do setor.
A partir de dados concretos sobre a saúde das áreas de plantio, é possível obter ainda mais crédito para financiar o cultivo agrícola dos produtores rurais, já que haverá informações suficientes para mitigar riscos de perdas significativas e garantir a segurança desses investimentos.
Conte com o Farm Check da Serasa Experian!
Vimos no decorrer deste conteúdo que a agricultura 5.0 reúne inúmeras tecnologias para potencializar a qualidade das safras e garantir que não haja perdas significativas por fatores que, hoje em dia, podem muito bem ser controlados.
Mas a implementação dessas técnicas não é justificada apenas pelo alcance da efetividade da cadeia de produção rural. De uma forma ou de outra, é essencial que tudo esteja nos conformes para que os produtores consigam financiadores que possam exponencializar todo o potencial produtivo das suas terras.
Ao mesmo tempo em que os produtores necessitam de financiamento, os investidores precisam de crédito ativo para tornar todo esse processo possível. E para que esse crédito seja disponibilizado, as empresas concedentes devem ter certeza de que existirá segurança no investimento, e não riscos de perdas significativas por uma má gestão de produção.
Pensando em todo o movimento que gira em torno de boas práticas de controle de safra que garantem a segurança na hora da concessão de crédito a um financiador da produção rural, a Serasa Experian reuniu todo seu conhecimento e experiência na coleta de dados, compelementando e enriquecendo-o para oferecer soluções específicas para o agronegócio.
Isso resultou no Farm Check: uma ferramenta de análise inteligente que, resumidamente, faz buscas documentais, análises de conformidade socioambiental e monitoramento cruzado da saúde e qualidade da safra do produtor rural, por meio de um sensoriamento remoto que traz informações detalhadas sobre:
- Histórico de produção, condições do solo, registros de cultivo;
- Localização, tamanho, área e produtos cultivados;
- Informações e avaliações de riscos socioambientais de propriedades rurais e produtores (ESG);
- Saúde do solo e dos produtos em cultivo.
Além disso, a ferramenta também utiliza sua inteligência automatizada e crítica para auxiliar o usuário na tomada de decisão em todas as etapas da jornada de crédito, entregando todas as informações necessárias para uma análise efetiva, assertiva e rápida. Veja os dados que podem ser analisados com o CPF ou CNPJ do produtor:
- Redução nos custos e tempo de análise do produtor rural;
- Consulta de processos e ações judiciais;
- Possíveis riscos à concessão de crédito financiador;
- Monitoramento remoto dos contratos e garantias com visão histórica do desempenho;
- Dossiê completo e atualizado do produtor ao final de todas as consultas, com todas as informações necessárias para a concessão de crédito;
- Acesso a outros módulos da Serasa Experian, como Crop Monitor e Smart ESG.
Incrível, não é mesmo? Com essa ferramenta poderosa, os concedentes de crédito podem tomar decisões muito mais informadas e maximizar o retorno dos investimentos feitos no setor agrícola.
Chegamos ao fim de mais um conteúdo rico da Serasa Experian. No caminho percorrido, você pôde notar que a agricultura 5.0 está revolucionando a maneira como os alimentos são produzidos e manuseados, oferecendo oportunidades sem precedentes para aumentar a produtividade, reduzir os custos e promover a sustentabilidade no campo.
Quanto às empresas que concedem crédito a investidores na agricultura, compreender e acompanhar as tendências da agricultura 5.0 é essencial para fornecer suporte eficaz aos clientes, além de garantir o sucesso dos negócios em um mercado agrícola que se encontra em constante desenvolvimento tecnológico.
Esperamos que tenha gostado desse texto, e que ele tenha sido de grande valia para te instigar a estudar sobre mais assuntos como este. Aqui no blog da Serasa Experian, você pode encontrar muitos outros materiais úteis, como a importância do compliance socioambiental para a expansão do agronegócio. Fique por dentro e não perca todas as nossas novidades!