Os últimos meses têm sido de grandes desafios para a economia mundial. No Brasil, o momento delicado gerou efeitos significativos em praticamente todos os setores do mercado.
Enquanto alguns sofreram quedas consideráveis nos seus índices de vendas, outros viram crescer exponencialmente a demanda por produtos e serviços. Entretanto, a maior parte das pequenas e médias empresas foi afetada, direta ou indiretamente.
Hoje, estamos vivendo um processo de retomada da economia, o que tem gerado uma série de dúvidas nos pequenos e médios empresários. Afinal, como agir frente aos desafios que ainda devem surgir até o fim do ano? Será que é possível adaptar o seu negócio a esta nova realidade? Como agir de forma segura e inteligente dentro do seu mercado de atuação?
Neste artigo especial, elaborado com foco nas demandas e necessidades das pequenas e médias empresas em cenários complexos, você entenderá como deve acontecer a retomada da economia e verá os desafios, caminhos e estratégias que podem ajudar o seu negócio.
Além de oferecer as respostas para as dúvidas mais comuns, vamos lhe mostrar como é possível aproveitar a oportunidade para investir no desenvolvimento da sua PME. Confira!
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Quais são os desafios atuais da economia para PMEs?
As pequenas e médias empresas (PMEs) representam uma das principais forças econômicas do Brasil. Atualmente, elas são fonte de renda e emprego de uma parcela significativa da população, respondendo por 52% dos empregos com carteira assinada no setor privado. Para se ter uma ideia, de acordo com o Sebrae, existem mais de 6 milhões de pequenas e médias empresas no Brasil.
Infelizmente, as mesmas empresas que são a força motriz da economia também devem ser as principais afetadas com o cenário de incertezas que estamos vivendo. O reflexo disso vai atingir não só o empresário, mas os seus funcionários, a família desses funcionários, o setor público (saúde, assistência social etc.) e o mercado de uma forma geral.
O desafio do empresário, neste momento, é saber como agir frente às incertezas e criar estratégias específicas, visando a manutenção e a saúde financeira do seu negócio.
Com menos pessoas circulando nas ruas, muitas delas desempregadas ou limitando os gastos para preservar as finanças familiares, é natural que as empresas sintam os efeitos no seu caixa.
O comércio e os prestadores de serviços não essenciais sentem os impactos negativos principalmente relacionados à redução de clientes e de receitas.
Mas como minimizar os prejuízos durante a instabilidade econômica? Como o empresário pode se preparar para a retomada?
A gestão de pequenas e médias empresas, assim como acontece com negócios de qualquer porte, depende de organização, planejamento e estratégia.
Pequenas e médias empresas: qual o caminho para a retomada da economia?
Não existe uma fórmula que possa ser aplicada para toda pequena e média empresa. É importante que o empresário tenha em mente que deverá considerar a elaboração de uma estratégia baseada nas particularidades do seu negócio.
Isso significa pensar no contexto em que sua empresa está inserida, nas novas tendências de serviços e consumo dentro do seu nicho de mercado e na forma como você poderá inovar considerando as ferramentas que tem à disposição.
A seguir, separamos algumas dicas que podem ser adaptadas pela sua empresa. Nelas, consideramos não só o contexto de incertezas e a retomada da economia, mas, também, a importância do planejamento estratégico e financeiro das PMEs e a necessidade constante de investir em ações de marketing e gestão de riscos. Acompanhe!
Ações e parcerias
As parcerias, por si só, já são muito interessantes no contexto das pequenas e médias empresas. Vivemos em um mercado altamente competitivo, o que demonstra a necessidade de estabelecer relações com parceiros que possam contribuir para o processo de captação de clientes.
Realizar parcerias, alianças e associações com outros negócios, portanto, é fundamental para a captação de novos clientes. Dessa forma, o empresário estabelece ações que não demandam alto investimento e conseguem chamar um público diferenciado para conhecer e se relacionar com a sua marca.
Entretanto, antes de escolher uma empresa parceira, é importante estar atento a alguns aspectos importantes:
- avalie se a empresa é concorrente ou complementar ao seu negócio. No caso de um salão de beleza, por exemplo, pode-se fazer parceria com clínicas estéticas, já que o perfil de cliente é comum, e os serviços oferecidos são diferentes. Por outro lado, não faz sentido estabelecer uma relação de ajuda mútua com uma esmaltaria, que resolve os mesmos problemas que seu empreendimento;
- verifique qual é o público dessa parceira em potencial. É o mesmo que o seu negócio atende? Se a resposta for positiva, invista nesse relacionamento;
- antes de fechar a parceria, tenha clareza dos termos do acordo. Para isso, a dica essencial é criar um documento em que estejam explicitadas as responsabilidades de cada parte. Isso ajuda a evitar conflitos e traz mais segurança jurídica para todos.
Desenvolver a sua marca deixou de ser uma opção e se tornou uma necessidade. Para construir uma boa reputação, é importante ter parceiros de mercado e oferecer aos consumidores serviços/produtos de qualidade.
Gestão de estoque
Se a sua empresa trabalha com estoque de mercadorias, o momento demanda uma atenção especial dos gestores.
Ocorre que os estoques reúnem mercadorias que são guardadas por um determinado período para o uso futuro, levando em consideração as particularidades de cada empresa.
De forma geral, os estoques que passam muito tempo parados representam maiores custos diretos e indiretos para a empresa. Entre eles, estão inclusos:
- mão de obra;
- energia;
- espaço para acondicionamento/aluguel;
- depreciação do imóvel, se o estoque estiver acondicionado em local próprio;
- tempo (o dinheiro investido na compra da mercadoria fica "parado" enquanto ela estiver estocada).
Além desses custos, o empresário deve pensar nos riscos associados a uma gestão de estoque ineficiente, como avaria, vencimento, obsolescência e sair de linha.
A gestão de estoque é um processo estratégico, já que trata, essencialmente, de dinheiro em forma de produtos, mercadorias, materiais e embalagens.
Por isso, os empresários devem atuar com o objetivo de equilibrar as quantidades guardadas, mantendo equilíbrio entre a oferta e a demanda. Dessa forma, a gestão de estoque garante uma operação mais bem estruturada, impactando positivamente sua produtividade pela redução de desperdícios e gestão eficiente das finanças.
Fluxo de caixa
As finanças são o ponto mais sensível, sendo o primeiro a sentir os efeitos de um cenário de incertezas. Em muitos casos, falta capital de giro para as pequenas empresas manterem as suas obrigações. Em outros, simplesmente, o gestor perde o controle das informações, o que gera impactos significativos na saúde de todo o negócio.
Independentemente do cenário, uma ação que deve fazer parte da rotina de gestão financeira das pequenas e médias empresas é o controle do fluxo de caixa.
A consciência sobre as entradas e saídas de dinheiro é fundamental para manter a organização das contas. E é aqui que entra o fluxo de caixa.
Essa ferramenta de controle financeiro permite ao gestor visualizar de forma clara todas as movimentações do caixa do negócio, oferecendo uma visão completa da organização.
Por meio dessa análise, a empresa consegue saber quanto está ganhando (ou perdendo), o que ajuda a compreender o que está funcionando e o que precisa ser reestruturado.
Ainda, a análise das informações financeiras permite traçar objetivos e metas e fazer previsões realistas para os próximos meses.
Gestão de riscos
A gestão de riscos diz respeito ao conjunto de atividades que têm o propósito de gerenciar uma empresa no que tange às ameaças em potencial.
Ainda é baixo o número de pequenas e médias empresas que investem na gestão de riscos — apenas 36%. Entretanto, o cenário atual aponta para a necessidade de mudanças nessa cultura das PMEs.
Planejar e organizar o negócio para lidar com ameaças em potencial, é uma necessidade urgente e que pode fazer toda a diferença na continuidade das atividades.
Isso implica o planejamento e o uso de materiais e recursos financeiros e humanos. A ideia é que as empresas compreendam os perigos atrelados à sua atuação, agindo preventivamente a fim de antecipar-se às possibilidades e saber como lidar com o imprevisto, caso ele se torne real.
Na prática, a gestão de riscos estimula a organização a se comportar de forma dinâmica, auxiliando-a a encontrar respostas rápidas às mudanças de cenário.
Para tornar isso realidade, é importante manter um monitoramento completo e frequente das informações, números e acontecimentos (internos e externos) que possam causar algum impacto no negócio.
Cobrança de clientes
As pequenas e médias empresas devem investir em boas estratégias de cobrança de clientes. Uma gestão eficaz desse setor vai ajudar na criação de uma cultura organizacional, além de contribuir para a redução dos índices de inadimplência e fidelização dos clientes.
O processo de cobrança não só impacta as finanças do negócio, como favorece o crescimento da PME e a recuperação de inadimplentes e incrementa o fluxo de caixa.
Para isso, a dica é que o empresário execute algumas medidas de controle, gestão, cobrança e faturamento na sua empresa. Confira as nossas dicas abaixo!
Treine o seu time de colaboradores
Colaboradores com conhecimento em cobrança, empatia e capacidade de comunicação ajudam muito.
A dica é que o empresário delegue essa função àqueles que tenham agilidade e capacidade de conduzir uma negociação. Oferecer as ferramentas de trabalho adequadas e informações atualizadas sobre o cliente é essencial.
Mantenha o cadastro de clientes em dia
Se você quer ter sucesso nas cobranças, é preciso que deixe o cadastro dos seus clientes sempre atualizado. Trata-se de uma medida simples e que pode fazer toda a diferença. Afinal, informações defasadas de contato e endereço podem se tornar um empecilho para a sua gestão.
Tenha cuidado com a abordagem
Uma abordagem inadequada pode se tornar a causa pela qual o cliente não quita suas dívidas. É muito mais comum do que você imagina encontrar inadimplentes que se sentem ofendidos em razão da maneira como a empresa se comunica com eles.
Por isso, o contato amigável é a melhor abordagem e deve servir como regra na sua política de cobrança.
Entre outros cuidados, o cobrador deve manter uma voz amena e receptiva, deixando o cliente confortável. Escutar as justificativas com atenção e ser compreensivo com relação aos argumentos apresentados também é importante.
Depois de escutar o que o cliente inadimplente tem a dizer, você pode dialogar abertamente no sentido de buscar uma solução que seja boa para ambas as partes.
Assim, o gestor deve estar atento às suas políticas de cobrança. A condução inadequada da comunicação com o cliente e a gestão ineficaz das informações de cadastro podem dificultar a cobrança dos inadimplentes.
Mantenha seus funcionários treinados e garanta que as negociações sejam bem encaminhadas. Investir em ferramentas específicas voltadas para a análise de crédito ou agilidade dos processos pode ajudar a melhorar os resultados.
Linhas de crédito
Desde abril de 2020, têm surgido de linhas de crédito especial para pequenas empresas. A Lei 13.999 instituiu o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que visou auxiliar financeiramente os pequenos negócios impactados pelas mudanças repentinas no mercado.
Outras linhas de crédito foram criadas, todas com o mesmo objetivo: manter a economia movimentada e auxiliar as pequenas e médias empresas a passar pela situação com o menor impacto possível.
Na retomada da economia, os benefícios de utilizar uma linha de crédito podem ser significativos. Porém, é importante que o empresário faça um mapeamento das finanças e opte pelo crédito apenas após uma análise criteriosa das consequências que a atual situação vai gerar no seu faturamento e nas perspectivas de cumprimento das obrigações relativas aos valores solicitados.
Ações de marketing
Diferentemente do que muitas empresas acreditam, se existe um momento mais oportuno para investir em marketing, certamente, é durante dificuldades e incertezas.
Nesse contexto, é fundamental ter ideias criativas para atrair a atenção dos clientes. Você pode intensificar ações que já fazem parte do seu planejamento ou aproveitar a oportunidade para investir em novos canais de vendas.
O marketing digital é um campo a ser explorado. O uso da internet, do smartphone e das redes sociais tem crescido exponencialmente, principalmente nos últimos meses, em que as pessoas estão em casa por muito mais tempo.
O empresário deve aproveitar a oportunidade para turbinar seu site, blog e redes sociais — além de investir na produção de conteúdos, que são excelentes para promover a interação com o seu público. Muito mais do que anúncios, aproveite para fortalecer sua marca, oferecer conteúdo de valor e estabelecer um relacionamento com os consumidores.
E sabe o que é melhor? O marketing digital tem um custo muito mais baixo do que o marketing tradicional, ou seja, a empresa investe menos, economiza e aproveita grandes oportunidades de fortalecer a sua marca.
As situações adversas impulsionam muitos negócios a olhar para “fora da caixa”, buscando saídas para se adaptar à realidade e permanecer firmes no mercado. O plano de ação empresarial, como vimos, tem uma grande importância nesse momento.
Quais estratégias são indicadas para o crescimento de pequenas e médias empresas?
Até aqui, apresentamos algumas dicas práticas e que podem ser inseridas na realidade da sua empresa com o propósito de contribuir para a gestão durante a retomada da economia.
Além delas, algumas estratégias devem ser consideradas. Elas vão ajudar no crescimento saudável e sustentável das pequenas e médias empresas a médio e longo prazo.
Invista em um planejamento estratégico
Independentemente do porte ou ramo de atuação, o planejamento estratégico é o ponto de partida para o crescimento de qualquer negócio, integrando o rol de boas práticas de gestão.
Planejar-se é uma ação de valor imprescindível e deve ser um hábito na rotina de todo gestor — sobretudo de PMEs. Afinal, empresas desses portes, em geral, contam com equipes e recursos mais limitados, sendo mais vulneráveis a oscilações e contratempos. Logo, cada passo precisa ser pensado e arquitetado com cuidado, para não comprometer o desenvolvimento e resultados.
Ao se planejar, o empresário consegue compreender melhor o mercado, as particularidades da empresa e as oportunidades.
Analise as finanças do negócio
Todas as decisões tomadas pelos gestores geram impacto nas finanças. Por isso, depois de montar o planejamento estratégico, a segunda medida a ser tomada é investir em um conhecimento aprofundado a respeito das finanças da empresa.
Para tanto, você precisa ter o controle absoluto do dinheiro, acompanhando indicadores econômicos e de performance, como o índice de endividamento, liquidez e rentabilidade sobre as vendas.
Ainda, o equilíbrio econômico do negócio pode ser medido por meio da análise da evolução do faturamento periódico, custos fixos, custos variáveis, margem de contribuição, lucro operacional e fluxo de caixa.
Crie uma estrutura de contas financeiras
A terceira estratégia é o desenvolvimento de um plano que se baseia no orçamento e na separação das contas em quatro grupos principais:
- ativos — representados pelo patrimônio da empresa, incluindo imóveis e veículos;
- passivos — formados pelas dívidas, contas a pagar e outros débitos;
- receitas — entradas registradas pelo controle de fluxo de caixa;
- despesas — compras feitas pela empresa, incluindo pagamentos a fornecedores, salários e gastos com equipamentos.
A estrutura de contas dá suporte para a contabilidade, razão pela qual ela deve ser feita com segurança e foco nas informações e especificidades da organização.
Faça planejamentos de curto, médio e longo prazo
Como já mencionamos, o planejamento é essencial na gestão de qualquer negócio. A expansão de uma empresa só acontece se ela conseguir entender onde está inserida e identificar as oportunidades que se apresentam.
Os planejamentos a curto, médio e longo prazo ajudam a entender melhor os riscos e oportunidades e permitem criar planos alternativos, caso os principais não saiam como esperado.
Invista em inovação
Por fim, a quinta estratégia está associada à inovação. Em um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo, sai na frente a empresa que está por dentro das tendências de mercado, investindo em inovação de maneira recorrente.
Desenvolver produtos e formas de comunicação e adotar novas tecnologias são apenas alguns exemplos desse tipo de preocupação. Acompanhe os mercados nacional e internacional e veja o que as grandes empresas estão fazendo. Para se manter presente e atuante, é imprescindível batalhar para construir uma cultura proativa.
Vale destacar que inovação não significa apenas investimento em tecnologia, e sim fazer diferente, entregando ao mercado algo que a sua concorrência não consegue. Assim, passa por pensar nas necessidades do seu consumidor e criar oportunidades para suprir as demandas do seu mercado.
Quais são as soluções oferecidas pela Serasa Experian?
A Serasa Experian oferece inúmeras soluções relacionadas às demandas das pequenas e médias empresas.
O Monitoramento de Clientes, por exemplo, permite ao empresário acompanhar informações de clientes e fornecedores, evitando surpresas durante as negociações. Você monitora o CNPJ dos seus principais parceiros enquanto protege a sua PME de riscos financeiros.
Já a solução de consulta de CNPJ e CPF é uma ferramenta conhecida e que pode fazer toda a diferença nas etapas de negociação. Antes de oferecer condições flexíveis de pagamento, conheça a situação financeira do seu cliente ou fornecedor. Isso vai favorecer a segurança financeira do seu negócio.
Outra ferramenta interessante, principalmente neste processo de retomada da economia, é o Saúde do seu Negócio, que permite realizar consultas do próprio CNPJ e CPF, ajudando o empresário a compreender como o seu negócio é visto pelo mercado.
São inúmeras as soluções alinhadas a diferentes demandas das pequenas e médias empresas. Algumas delas, inclusive, são totalmente gratuitas. Se você tem interesse em saber mais, basta acessar a aba "Soluções para empresas" no site da Serasa Experian.
O momento é delicado. Por isso, como você pôde ver ao longo deste artigo, é hora de se planejar e tomar medidas que estejam de acordo com as perspectivas do mercado e as necessidades do seu público.
Invista em planejamento, marketing, gestão das finanças e parcerias. Além disso, não deixe de lado o fluxo de caixa e a gestão de estoque e aproveite para criar uma política de cobrança eficiente e alinhada com as necessidades e o perfil dos seus clientes.
Com foco e organização, é possível aproveitar o momento para investir em inovação e realizar um plano de crescimento a médio e longo prazo.
Agora que você já sabe como preparar o seu negócio para a retomada da economia, que tal ter acesso a outros conteúdos relevantes para a gestão da sua PME? Assine a nossa newsletter para receber dicas exclusivas!