A empresa júnior prepara alunos de graduação para o mercado de trabalho. Mesmo que sejam compostas apenas por estudantes — e orientadores —, ela opera de forma profissional e segue a organização diária de uma empresa convencional.

Dessa maneira, ela permite aos estudantes saber o que é estar inserido em um ambiente empresarial, adquirindo experiência com clientes reais. Também ajudam o aluno a criar uma rede de contatos profissional (o tão conhecido networking) e colocar em prática toda a teoria aprendida em sala de aula.

Com isso, uma empresa júnior fomenta o empreendedorismo e a experiência profissional dentro das próprias universidades, desenvolvendo ainda mais o aprendizado dos graduandos por meio do trabalho prático — sempre orientados e amparados por seus professores.

Vamos explicar todos os detalhes de como funciona uma empresa júnior, os benefícios de participar e como criar uma "EJ" (sigla usada entre os alunos) do princípio. Siga lendo o artigo da Serasa Experian de hoje e saiba mais sobre as empresas juniores. Acompanhe!

O que é uma empresa júnior?

A empresa júnior é uma associação sem fins lucrativos, considerada projeto de extensão dos cursos de graduação. Ela é formada e gerida por estudantes de cursos superiores que oferecem serviços da sua área da graduação para a comunidade externa, ou seja, para clientes reais. Por exemplo, empresas juniores de Comunicação e Multimeios ofertam serviços de identidade visual, social media e cobertura de eventos.

Com isso, o principal objetivo de uma "EJ" é incentivar alunos a colocarem em prática os ensinamentos aprendidos em sala de aula, fomentando ainda mais o aprendizado e a capacitação para sua área de atuação.

Como funciona uma empresa júnior?

Você sabe como uma empresa júnior se organiza? Elas são compostas por alunos de graduação. Dito isso, a gestão da empresa é feita pelos próprios estudantes, assim como todos os serviços ofertados por ela, com orientação de professores quando necessário.

O tempo dedicado pelos alunos se traduz em horas de atividades complementares, assim como ocorre em outros eventos e projetos. Já em relação aos cargos e às funções numa empresa júnior, alunos graduandos podem ocupar funções como:

  • Presidente;
  • Vice-presidente;
  • Diretor administrativo;
  • Tesoureiro;
  • Gestão interna;
  • Marketing;
  • Outras diretorias definidas no estatuto de cada EJ.

Para ingressar em uma empresa júnior e exercer qualquer uma das funções citadas acima, o aluno precisará passar por um processo de recrutamento. Durante ele, geralmente há provas de conhecimentos gerais, entrevistas, teste de redação e dinâmica em grupo. As etapas variam entre as empresas juniores, mas todas buscam medir o nível de comprometimento, dedicação e habilidades sociais dos candidatos.

Benefícios de participar de uma empresa júnior

Além de qualificar os alunos para se tornarem bons profissionais, essa participação permite que os graduandos desenvolvam habilidades importantes para o cenário empreendedor, como liderança, trabalho em equipe, capacidade de negociação, boa gestão, comunicação e até mesmo marketing pessoal, fatores cruciais para construir uma rede de contatos enquanto profissional.

São outros benefícios de participar de uma empresa júnior:

  • Desenvolvimento de habilidades profissionais e pessoais;
  • Experiência prática em projetos reais;
  • Construção do networking e contatos profissionais;
  • Capacitação para o mercado de trabalho;
  • Exploração de diferentes áreas de atuação dentro do mercado de trabalho;
  • Possibilidade de fazer amigos;
  • Desenvolvimento de independência e maturidade;
  • Impacto no currículo e oportunidades de carreira.

Benefícios para quem contrata uma empresa júnior

Além de oferecer vantagens para os alunos que nela ingressam, a empresa júnior também é benéfica para a comunidade externa, em especial, para seus clientes. Isso porque, por ser uma organização sem fins lucrativos, os preços do serviço ofertado são reduzidos e mais acessíveis para pequenos e médios empreendedores.

Somado a isso, as EJs são compostas por alunos talentosos e dedicados, que, por estarem estudando, estão sempre atualizados nas últimas tendências da sua área de atuação, combinando o serviço prático com conhecimentos acadêmicos. Isso eleva a qualidade dos serviços oferecidos, ou seja, ótimo trabalho com custo-benefício!

Principais áreas de atuação de uma empresa júnior

Em sua estrutura, funciona igual às empresas reais, com princípios corporativos e regulamentação própria. Os serviços ofertados geralmente são prestados a pequenas e médias empresas, mas também podem atender grandes empresas, ONGs e órgãos públicos.

Por ser uma organização sem fins lucrativos, todo o lucro de uma empresa júnior é convertido em aprendizado para os participantes por meio de cursos, eventos e imersões.

Além disso, praticamente qualquer curso de graduação pode ter sua própria empresa júnior, desde que tenha autorização dos professores e siga a regulamentação da universidade para a abertura e o funcionamento. Exemplos comuns de atuação incluem advocacia, engenharia, tecnologia de software, marketing, jornalismo, arquitetura e letras.

Quais são os projetos típicos realizados por uma empresa júnior?

Existem cerca de 1.300 empresas juniores que fazem parte do Movimento Empresa Júnior brasileiro (MEJ), todas representadas pela Brasil Júnior, confederação presente em todos os estados do Brasil. Os serviços oferecidos dependem do setor de atuação de cada graduação. Todavia, podemos elencar os projetos mais comuns realizados por uma empresa júnior:

  • Advocacia: consultoria jurídica, elaboração de contratos, mediação e arbitragem;
  • Engenharia: projetos de construção civil, instalações elétricas, desenvolvimento de produtos e otimização de processos;
  • Tecnologia de Software: desenvolvimento de websites, aplicativos móveis, sistemas de gestão e soluções em TI;
  • Marketing: pesquisas de mercado, planejamento estratégico, campanhas de marketing digital e branding;
  • Jornalismo: produção de conteúdo, assessoria de imprensa, planejamento e execução de campanhas de comunicação;
  • Arquitetura: projetos de arquitetura, design de interiores, paisagismo e maquetes;
  • Letras: traduções, revisão e edição de textos, produção de conteúdo literário e técnico.

Como criar uma empresa júnior na sua universidade

Você está pensando em investir na criação de uma EJ para o seu curso de graduação? Algumas ações são necessárias para abrir uma empresa júnior. Aqui está o passo a passo para a criação de uma empresa júnior:

1. Identifique as necessidades e oportunidades para a sua EJ

O primeiro passo para planejar a abertura de uma empresa júnior é identificar as necessidades do mercado e as oportunidades. Faça uma análise de mercado e avalie o setor de atuação do seu curso para identificar áreas com demanda alta de serviços que vocês poderão oferecer. Estude a concorrência e as necessidades da comunidade local, assim como de empresas da região.

Além disso, avalie também as oportunidades e internas, identificando os recursos disponíveis na universidade, tais como laboratórios, equipamentos e professores para orientação.

2. Forme a equipe fundadora para sua empresa júnior

Forme a equipe fundadora da empresa júnior. Avalie o interesse e a disponibilidade dos colegas em participar da EJ, garantindo que haja uma equipe qualificada e motivada. Passe em salas de aula e entre em contato com o centro acadêmico para solicitar ajuda na divulgação.

3. Realize a estruturação legal e documentos para formalizar

Entre em contato com a coordenação do curso e comece a realizar a estruturação legal, reunindo e autenticando os documentos necessários para formalizar todo o processo. Por exemplo, uma empresa júnior precisa abrir um CNPJ, pois é considerada uma pessoa jurídica. Também é necessário montar o Estatuto Social, um documento com todas as características e definições da pessoa jurídica que está sendo fundada.

Além disso, outros documentos essenciais para a regularização de uma empresa júnior são: termo de voluntariado, comprovante de reconhecimento da EJ pela instituição e notas fiscais — essa última para registro das atividades e prestação de contas perante a instituição de ensino e os seus membros orientadores.

4. Monte o plano de negócios da empresa júnior

Em seguida, planeje e monte o plano de negócios da empresa júnior — isso será decisivo no êxito do projeto! Desenvolver esse documento é crucial para definir objetivos, estratégias e viabilidade da empresa júnior. Resumidamente, são necessárias as seguintes informações e pesquisas para um plano de negócios de uma EJ:

  • Resumo executivo;
  • Descrição da empresa júnior;
  • Análise de mercado;
  • Produtos e serviços;
  • Possíveis estratégias de marketing;
  • Plano operacional;
  • Plano financeiro;
  • Estratégia de crescimento;
  • Avaliação de riscos;
  • Indicadores para monitoramento e avaliação.

5. Busque parcerias e apoios institucionais

Por fim, busque parcerias com outras empresas juniores e instituições governamentais ou não governamentais, empresas, agências e convênios. Também consulte professores e assessores da área e considere a assessoria da Brasil Júnior.

Dicas para a gestão e o crescimento de uma empresa júnior

Planejamento estratégico é de suma importância para o crescimento de qualquer negócio e isso não seria diferente com uma empresa júnior, afinal, guia os membros na tomada de decisões estratégicas para atingir seus objetivos.

Por exemplo, se uma empresa júnior conta com o objetivo de oferecer o máximo de cursos profissionalizantes para seus membros, ela deve estabelecer um cronograma detalhado de atividades, identificar as melhores plataformas de ensino, alocar recursos financeiros de maneira eficiente e garantir que todos tenham acesso às oportunidades de desenvolvimento

O Serasa Experian organizou as melhores práticas para garantir a sustentabilidade e o crescimento de uma EJ. Aqui está:

  1. Defina a visão e os objetivos: ao definir visão e objetivos para a empresa júnior, fica mais fácil ter uma direção clara para onde seguir, definir os objetivos e estabelecer metas específicas para alcançá-los, ainda, ajuda no posicionamento de mercado da empresa júnior futuramente;
  2. Identifique suas oportunidades de inovação: esse é um aspecto crucial para o crescimento da EJ, explorando novas abordagens e soluções para serviços prestados. O momento para experienciar e testar novas ideias sem medo é quando se está em uma graduação, principalmente, no contexto de empresa júnior;
  3. Invista em capacitação: para garantir o êxito da empresa, é importante que as diretorias invistam constantemente em cursos, capacitações e imersões para os membros. Assim, você capacita seus colegas e estimula o desenvolvimento de habilidades da equipe;
  4. Monitore o desempenho, com metas e feedback: avaliar e monitorar o desempenho de seus colaboradores é importante para a prosperidade de qualquer empresa. Ao estabelecer indicadores, fica mais fácil acompanhar o desempenho e o progresso dos alunos e identificar oportunidades de novos aprendizados;
  5. Colabore com parceiros: ao buscar parcerias com outras EJs, instituições e projetos de extensão, vocês podem trabalhar em conjunto para alcançar novas conquistas e compartilhar conhecimento, recursos e eventos. O networking é um dos pilares para uma boa experiência de graduação, isso vale para as empresas juniores;
  6. Comunique-se de forma clara: faça reuniões, atas e avisos para a equipe interna da empresa. É importante que todos os membros estejam por dentro do que está acontecendo na EJ para estabelecer uma relação de confiança entre associados e diretorias, além de facilitar o surgimento de novas ideias por parte de todos os alunos para melhorar a gestão e os serviços da empresa júnior.

Em resumo, uma empresa júnior é um dos projetos de extensão que mais oferece oportunidades de aprendizado, crescimento e experiência para os alunos universitários. Nela, é possível ganhar novas habilidades práticas e sociais, além de ajudar na construção de uma rede de apoio. Tanto os alunos como a comunidade (clientes) e a universidade se beneficiam com as EJs.