De acordo com um estudo da Serasa Experian, mais de 5,4 milhões de micro e pequenas empresas se encontravam em situação de inadimplência em maio de 2019, um aumento de cerca de 6,1% em relação ao mesmo período do ano passado. De modo geral, isso mostra a necessidade da criação de uma consciência maior em torno das finanças.
Sem uma adequação do orçamento fica difícil coordenar as atividades internas. Por isso, saber como está o índice de endividamento geral é uma questão tão importante e delicada. A ideia deste artigo é ser um guia completo sobre esse indicador. Além de aprender a calculá-lo, você descobrirá o seu impacto sobre as finanças e muito mais. Confira!
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O que é o índice de endividamento geral?
O índice de endividamento geral ajuda a informar se uma empresa está utilizando mais recursos de terceiros ou proprietários, mostrando assim a sua capacidade de arcar com juros, mobilizar ativos, entre outros.
É importante ressaltar que uma empresa não deve ter um índice de endividamento nem elevado e nem muito abaixo do mercado. Isso porque quando um negócio tem um índice muito alto, esse fato indica que ela poderá comprometer uma parte bem significativa de seu fluxo de caixa com pagamento de dívidas e de seus juros.
De outro lado, a empresa que tem pouca dívida, especialmente se comparada a outras empresas do mesmo segmento, pode não estar usando corretamente a alavancagem, o que poderia elevar o nível de lucratividade. Mas o que seria essa alavancagem?
Quando nos referimos à alavancagem, estamos nos referindo ao uso de recursos, mas também instrumentos e oportunidades externas tendo como objetivo melhorar os resultados. A ideia é fazer um esforço considerado pequeno para buscar ganhos maiores.
Quais são os tipos de endividamento mais comuns?
Não existe apenas um tipo de endividamento. Quando se trata de empresas, há algumas divisões que precisam ser conhecidas, a fim de que a situação financeira seja melhor conhecida e possa ser trabalha!
Endividamento total
O endividamento total é um índice financeiro de estrutura capital. O que isso significa? A existência de uma relação entre a dívida total da empresa em questão e a sua relação com o capital investido. Este é a junção entre uma dívida de longo prazo e o patrimônio líquido da empresa.
Endividamento sobre patrimônio
O patrimônio líquido pode ser definido como uma fonte de capital própria. O endividamento sobre patrimônio indica a relação entre o capital da empresa advindo de terceiros e aquele que é uma contribuição dos seus acionistas, por exemplo.
Quando o indicador está baixo significa que a empresa pode ter uma flexibilidade maior para conseguir empréstimos de terceiros. Para obter a relação é só dividir a dívida líquida pelo patrimônio líquido.
Endividamento de longo prazo
Já o endividamento de longo prazo é um indicador de análise financeira, que servirá para a compreensão da estrutura de capital de um negócio. Para fazer o cálculo é necessário ter informações sobre a porcentagem do capital investido que é composta por fundos de longo prazo que tem origem de terceiros, ou seja, empréstimos.
Vale lembrar que o capital investido de uma empresa pode ser definido como a soma de obrigações em longo prazo de terceiros, ou seja, dívidas provenientes de longo prazo e capital investido (patrimônio líquido).
Como é o cálculo do EG?
O cálculo do endividamento geral (EG) é utilizado para identificar até que ponto o índice de endividamento de uma empresa é composto por ativos vindos por terceiros, ou seja, o quanto eles estão comprometidos com a liquidação da dívida. Mas, como é feito o cálculo?
Basicamente, a equação é baseada no balanço patrimonial da empresa. Para isso, é necessário coletar os ativos e passivos em poder do empreendimento. Os ativos são compostos pelos bens, direitos e também aplicações controlados pelo negócio e que são capazes de gerar benefícios econômicos futuros.
Já os passivos contemplam os recursos composto por obrigações de terceiros, que são resultantes de eventos que precisarão dos ativos para a liquidação. Enquanto o primeiro é direito, o segundo é obrigação.
Para garantir a correta aplicação da metodologia é preciso somar o passivo e dividir o total pelo ativo. Depois que é feita a divisão é previsto multiplicar por 100. Para ficar mais claro vamos conhecer uma situação hipotética.
Suponha que a sua empresa tenha um passivo de R$ 1,5 milhão e um ativo de R$ 3 milhões. O cálculo compreende esse 1,5 milhão dividido por 3 milhões, que multiplicado por 100 dá um total de 50%.
Evidentemente, o grau de comprometimento é alto do ativo, mas isso não necessariamente significa que a empresa esteja com a saúde financeira comprometida. Há outros fatores que devem ser levados em consideração, como a capacidade de pagamento dela. Por exemplo, pode ser que a dívida esteja concentrada para pagamento em curto espaço de tempo, ou seja, o negócio impõe um aperto a fim de reduzir a dívida e obter fôlego para investimentos futuros.
No entanto, é preciso ter atenção. O alto índice de endividamento geral nem sempre é um bom indicador e isso tem uma explicação plausível. Imagine que a sua empresa comprometa as receitas para pagamento de dívida, isso consequentemente reduzirá a sua capacidade de investir nas suas necessidades. Quando transpomos tal fator para o mercado, é claro que o negócio tomará um posicionamento fragilizado diante da concorrência, o que pode ser bastante prejudicial.
Dentro da perspectiva da concorrência, há outro fator que deve ser levado em conta, que é o EG da concorrência. A empresa pode ter um EG alto, mas se os concorrentes estiverem na mesma situação o negócio não necessariamente estará em desvantagem, mas é preciso cuidado.
Vale lembrar que isso varia também conforme o segmento. Em se tratando de áreas em que pesquisas são desenvolvidas continuamente e há uma necessidade de inovação constante, como é o caso do setor de tecnologia, ter um alto grau de endividamento, que comprometa boa parte das finanças do negócio, pode fazer com que a empresa perca a competitividade.
Como é o cálculo da composição do endividamento?
Assim como o cálculo do endividamento geral, o cálculo da composição do endividamento é baseado no balanço patrimonial da empresa. No entanto, nesse caso, a conta é feita pela soma do passivo de curto prazo e o de longo prazo dividido pelo passivo de curto prazo. O resultado é multiplicado por 100.
A soma do passivo de curto e longo prazo tem o nome de passivo exigível da empresa. Vale lembrar que para calculá-lo não é preciso levar em conta o patrimônio líquido, pois essa é uma dívida da empresa com os seus sócios, logo, não precisa ser pago.
Portanto, podemos definir a equação como:
CE = (Passivo Circulante (curto prazo) / Passivo Exigível Total (curto e longo prazo) x 100
Geralmente, quanto menor o valor da composição do endividamento melhor será para a empresa. Isso porque ela deverá desembolsar menos capital em curto prazo na quitação de suas dívidas. Portanto, ela serve para que os gestores entendam quais estratégias devem ser aplicadas, com o objetivo de evitar uma possível falta de liquidez na hora de pagar as dívidas, mas também para analisar os investimentos feitos.
Porque entender a composição do endividamento e como analisar tal índice?
A composição do endividamento é um indicador que tem como função mostrar a relação existente entre a dívida de curto prazo e a dívida total de uma determinada empresa. Esse fato deve servir como um aspecto decisivo no gerenciamento das dívidas. Além disso, é a base para entender se os indicadores de endividamento informam se a empresa utiliza mais recursos de terceiros ou próprios.
Portanto, há uma necessidade de analisar os elementos que compõem as finanças da empresa para tornar legível o processo. Confira, a seguir, alguns dos aspectos que precisam ser avaliados!
Dados históricos
Os dados históricos são baseados em fatos que aconteceram no passado e que influenciaram as finanças da empresa e permitiram uma previsibilidade sobre o endividamento e o comprometimento do orçamento futuro.
Os principais dados dessa lista incluem o nível histórico de vendas, sazonalidade, previsão e nível de compras, variação de preços dessas compras, variação de volume de vendas projetadas, custos dos produtos e mercadorias vendidas, custos operacionais, entre outros.
Dados setoriais
A análise setorial permite o conhecimento sobre o contexto econômico do segmento em que a empresa está localizada. Assim, ela consegue avaliar as oportunidades, fraquezas, mas também identificar tendências que poderão ter impacto sobre o negócio.
Isso inclui números do setor, por exemplo o percentual de crescimento, vendas nos últimos períodos, investimentos, participação na economia e uma avaliação de desempenho do setor. Além disso, existem fatores como a sensibilidade do lucro em relação ao ciclo econômico, que verificam como as vendas podem ajudar na alavancagem operacional e financeira.
Captação de recursos
A captação de recursos também deve ser analisada no processo de endividamento. Ela consiste em uma série de estratégias e processos que tem como objetivo mobilizar ativos financeiros que servirão para manter a sustentabilidade das empresas.
Os recursos estão disponíveis para empresas de todos os portes e para isso devem ser considerados os juros embutidos anualmente e também o prazo de carência. Vale lembrar que tais recursos podem ser para financiar o capital de giro, investimentos em geral, como a compra de maquinário, bem como na expansão ou modernização da empresa. Vale lembrar que os recursos de longo prazo geralmente advém de bancos públicos como o BNDES, Brasil e Caixa. Quando se trata de demais recursos eles são oriundos de instituições privados.
Quais são as melhores estratégias para sair do endividamento?
Nem sempre o endividamento é algo necessariamente ruim, afinal, ele pode ajudar a impulsionar a estratégia de crescimento da empresa. Mas é preciso conseguir quitar essa dívida, caso contrário ela se transforma em uma bola de neve.
Controle e disciplina são essenciais nesse momento para que o índice de endividamento geral não ultrapasse o limite. Se a sua empresa está tendo dificuldades em contornar esse quadro, confira as dicas que separamos a seguir!
Foque no planejamento
Existe um tripé fundamental para qualquer empresa que deseja ter um maior controle financeiro: planejamento estratégico, financeiro e orçamentário. Tais planos ajudarão no controle e também no acompanhamento da evolução da empresa, por isso, devem ser seguidos à risca pela empresa.
Começando pelo planejamento estratégico, ele deve contemplar as estratégias da empresa, baseando-se para isso na missão, visão e valores do negócio. É de suma importância que o negócio tenha metas claras para os próximos meses ou ano, mas também que os objetivos operacionais estejam claros. Afinal, é a partir deles que serão estabelecidas as ações, próximos passos.
Por sua vez, o planejamento financeiro ajudará a manter a sua empresa saudável financeiramente, garantindo assim que ela tenha competitividade no mercado. O primeiro passo é aplicar uma análise SWOT para verificar a situação atual do negócio. Isso fornecerá dados sobre o impacto estratégico sobre a lucratividade e permitirá a elaboração do planejamento orçamentário.
Este último é um documento em que são planejadas receitas, custos, despesas e investimentos para os próximos meses ou anos. Ele funciona como uma contabilidade projetada, pois antecipa o futuro em diferentes cenários.
Ajuste o capital de giro
O controle do capital de giro é a chave de sucesso para a saúde financeira da empresa. Por isso, é importante se preocupar com ele, a fim de que o negócio seja sustentável ao longo do tempo e não acumule dívidas.
Nesse processo, é preciso considerar e garantir a liquidez do negócio. Portanto, um dos primeiros passos é:
- ter um controle sobre os inadimplentes;
- adequar todos os documentos relativos aos processos financeiros;
- renegociar dívidas;
- ter conhecimento sobre o fluxo de caixa.
Sobre esse último tópico, vale chamar atenção também para o ciclo financeiro. Isso especialmente quanto ao pagamento de fornecedores e recebimento das vendas realizadas, mas também a redução de despesas.
Busque recursos de longo prazo
Outra dica para a empresa que deseja sair do endividamento é buscar recursos de longo prazo. Isso pode acontecer, por exemplo, com a obtenção de empréstimo ou mesmo venda de títulos negociáveis, ou seja, ações da empresa para credores tanto institucionais quanto individuais.
O principal objetivo dos recursos de longo prazo é que eles ajudam na alavancagem financeira, o que ajuda na estruturação financeira de capital. Além disso, permite que a empresa continue investindo e obtenha retornos favoráveis que sejam capazes de suprir as necessidades do negócio sem que, para isso, sejam comprometidas as finanças.
Reduza a inadimplência de clientes
Sair da inadimplência é um dos maiores desafios financeiros enfrentados pelas empresas. O não pagamento das dívidas no tempo certo faz com que a própria empresa comprometa os seus recursos a fim de honrar com os compromissos firmados com fornecedores, clientes e outros.
O primeiro passo para isso é acompanhar diariamente os números indicadores da inadimplência. Volume de vendas, quantidade e a inadimplência dos clientes são informações básicas e que devem estar no radar dos negócios que desejam evitar o endividamento.
Outra estratégia é fazer corretamente a cobrança desses clientes em atraso. Nesse caso, é interessante ter uma régua de cobrança, que determinará o tempo e também a maneira correta de lembrar o cliente sobre o pagamento.
Reduza despesas
Mais uma dica para evitar o endividamento é reduzir algumas despesas, começando pelo estoque. É fundamental que a empresa mantenha apenas aquilo que de fato vende naquele determinado período. Se muitos produtos ficam estocados, isso prejudicará o giro de capital.
Outro ponto a para ter atenção é o aumento da eficácia de produção. Ter uma produtividade elevada ajuda a evitar retrabalhos, aumenta a eficiência da equipe e otimiza os processos pelos quais ela é responsável. Isso evita a necessidade de mais colaboradores para darem conta de todo o trabalho.
Como manter a saúde financeira da sua empresa?
Mas afinal quais os melhores caminhos para manter a saúde financeira da empresa? Por mais que seja importante primeiro lidar com o endividamento, o negócio precisa ser lucrativo e se manter sustentável ao longo do tempo. Como fazer com que isso aconteça de maneira proativa? Confira as dicas, a seguir!
Contabilize os gastos
Já falamos aqui, mas vale a pena ressaltar que o fluxo de caixa é essencial quando se trata da saúde financeira da empresa. Portanto, discrimine todos os gastos do negócio, registrando todo dinheiro que entra e sai da empresa. Só assim existirá a possibilidade de checar se algo está fora do controle.
Uma maneira de facilitar o processo é categorizar os gastos. Por exemplo, classifique os gastos fixos e variáveis, assim, você terá uma ideia melhor sobre o quanto cada despesa interfere no orçamento. Isso inclusive dará a oportunidade de dimensionar gargalos que poderão ser reduzidos ou, até mesmo, eliminados.
Estabeleça metas
Para manter a saúde financeira da empresa é fundamental estabelecer metas, a fim de manter um crescimento constante e se livrar das dívidas. Isso será fundamental no processo de conquista de novos recursos para o negócio.
Como já mencionado, o planejamento é essencial para pagar dívidas, mas também para fazer com que a empresa continue crescendo. Portanto, tenha metas plausíveis, que o motivem a buscar o melhor para o negócio, como reformar uma parte da empresa. Assim, os gestores evitam contrair dívidas e tem objetivos mais concretos.
Faça projeções financeiras
As projeções financeiras são cruciais para o gerenciamento de empresas. Elas servem como ferramenta de gestão e, por isso, devem ser avaliadas com cuidado. Política e economia, por exemplo, são dois aspectos que interferem no mercado e devem ser usados de base para a projeção.
Ambos precisam ser conhecidos pelo empresário, a fim de que ele possa saber quando e onde investir o seu dinheiro, mas também possa estabelecer cenários distintos, trabalhando em cima deles. Isso evitará surpresas e também evitará prejuízos para o negócio.
Desenvolva políticas de crédito e cobrança
A inadimplência é um problema que afeta a saúde financeira dos negócios. Por isso, para manter a empresa lucrando é interessante que haja uma política de crédito e cobrança. Ela deve ser baseada nos 5 C's do crédito que são caráter, capacidade, capital, condições e colateral.
Muito mais do que cobrar, é preciso saber por que as taxas de inadimplência se encontram elevadas e, ao mesmo tempo, ter alternativas que permitam negociar os valores, levando em consideração aspectos como prazo e condições de pagamento. Além disso, é fundamental buscar um tom conciliador na hora de contatar o cliente e mantenha uma periodicidade na cobrança.
Como a Serasa Experian pode ser um parceiro estratégico?
Para a empresa que procura se manter saudável financeiramente e contornar o índice de endividamento geral, a Serasa Experian tem as soluções ideais para todas as etapas do seu ciclo de negócios.
A primeira solução oferecida é a consulta ao CPF e CNPJ, uma importante aliada no combate à inadimplência, que fornece informações sobre clientes e suas dívidas, a fim de estabelecer vendas mais seguras e, assim, reduzir a ocorrência de dívidas de clientes para implementar estratégias de cobranças mais eficazes. A ideia é que você possa manter as suas finanças em dia e conquistar a sua independência.
Como visto, é essencial levar em conta diversos aspectos da dívida de uma empresa antes de avaliar o índice de endividamento geral como sendo saudável ou não. Por isso, se faz necessário uma análise cuidadosa de uma série de aspectos, como a inadimplência dos clientes e o próprio orçamento da empresa.
Manter as contas da empresa equilibradas é um desafio, ainda mais quando avaliado o índice de endividamento geral. Por isso, ter uma parceira nos negócios é fundamental. A Serasa Experian oferece uma série de serviços para as empresas que querem lidar melhor com as finanças e ter maior credibilidade.
Se você deseja ter um negócio mais escalável e manter as contas em dia, entre em contato conosco e conheça melhor as nossas soluções!