Alguns cuidados ao iniciar um negócio podem fazer a diferença para o pequeno empreendedor. Mesmo quando temos uma excelente ideia e bastante disposição para tirar o negócio do papel, é importante se preparar para começar do jeito certo.
Boa parte dos cuidados estão relacionados à saúde financeira. Estar organizado, saber controlar o dinheiro e usar os recursos da maneira certa são condições importantes para a sobrevivência e o crescimento nos ambientes de negócios.
Então, que tal aprender alguns fundamentos que vão te ajudar na gestão e entender como se tornar um microempreendedor de sucesso? Continue a leitura e confira este guia completo com 25 dicas para começar com o pé direito!
1. Crie um plano de negócios
Antes de tudo, é importante desenhar o seu plano de negócios, entendendo como o empreendimento vai funcionar na prática. Você pode baixar a nossa planilha Business Model Canvas e seguir as próximas dicas para montar um modelo simples e eficaz.
2. Defina sua proposta de valor
O ponto de partida é refletir sobre o benefício que a sua empresa gera para os possíveis clientes. Você resolve algum problema? Melhora uma atividade? Atende a alguma necessidade das pessoas? Tem um diferencial no seu produto? Coloque sua proposta de valor no papel.
3. Planeje as atividades-chave
A seguir, avalie o que precisa ser feito para que a proposta de valor alcance os clientes. Um vendedor ambulante, por exemplo, precisa comprar os produtos, dirigir-se até seu ponto de vendas e chamar a atenção dos pedestres. Cada negócio terá o seu conjunto de atividades essenciais. Então, encontre o seu.
4. Descubra o seu segmento de clientes
Também é importante entender quem são as pessoas atendidas pela sua proposta de valor: idade, sexo, renda, localidade, interesses etc. Imagine quem são os potenciais clientes do seu produto e faça uma lista daqueles que poderiam ser atendidos por sua solução.
5. Identifique os canais de comunicação com os clientes
Além de saber quem são, o pequeno empreendedor deve se perguntar como esses clientes podem ser localizados. Em que locais as pessoas entram em contato com a sua empresa e realizam as compras? Além das vendas presenciais, as redes sociais e as plataformas de e-commerce também são excelentes canais.
6. Planeje como será o relacionamento com o cliente
Outra abordagem útil é refletir como vamos nos relacionar com os clientes para que eles cheguem aos canais, comprem e permaneçam conosco. Pense em como eles podem ser atendidos, tirar dúvidas, receber ofertas etc.
Certos canais coincidem com o relacionamento. Por exemplo, você pode vender e se comunicar com o cliente pelo Instagram. Por outro lado, terá poucos recursos de relacionamento em um aplicativo de delivery, embora seja um canal de vendas essencial em inúmeros negócios.
7. Anote os recursos-chave
Outro ponto importante para o seu plano de negócios é definir os recursos indispensáveis para entregar a proposta de valor. Por exemplo, se você tiver um curso online, será preciso contar com uma plataforma; se tiver uma loja de brinquedos, é preciso comprar os itens que serão revendidos, e assim por diante.
8. Anote os custos fixos e variáveis
A seguir, vamos olhar para as despesas do negócio. Os custos fixos são aqueles que você paga para o negócio existir, independentemente do quanto é produzido. Entram nessa conta:
- água;
- salários;
- luz;
- telefone;
- aluguel;
- internet.
Os custos variáveis, por sua vez, são aqueles que dependem de quanto você terá de demanda por produto ou serviço:
- matéria-prima e insumos;
- combustível;
- embalagens;
- comissões.
Faça uma planilha com todos os gastos. Depois, liste dentro do seu quadro do modelo canvas os itens identificados.
9. Identifique suas fontes de receita
Após anotar os custos, defina de que lugar virá o dinheiro para cobrir as despesas e gerar lucro no futuro:
- vendas do seu produto no e-commerce;
- vendas em loja física;
- prestação de serviços;
- monetização de vídeos nas redes sociais;
- Entre outras fontes de receita.
10. Parceiros estratégicos do pequeno empreendedor
Nesse ponto, é importante avaliar quais pessoas ou organizações vão ser essenciais na sua estratégia de negócios. Por exemplo, um motorista de Uber terá a seguradora do carro como parceira; um marceneiro precisa buscar fornecedores de madeira; uma confeiteira deve comprar os ingredientes para produzir os doces.
11. Organize as finanças
Além do modelo canvas, os cuidados com as finanças são uma das bases para pequenos empreendimentos lucrativos. Sem esse zelo, é mais difícil pensar na sobrevivência e expansão do negócio.
12. Entenda seus segmentos de negócio
O segmento de negócios é um grupo de clientes somado a um produto (ou serviço) do seu empreendimento. Por exemplo, roupas para bebês e roupas para adultos são segmentos diferentes, pois o produto é diferente. Igualmente, financiamento bancário para aposentados e para jovens, que teriam clientes distintos.
Refletir sobre os segmentos ajuda o micro e o pequeno empreendedor a saber quais partes do negócio dão lucro ou prejuízo. Por exemplo, um mercadinho local pode ter um ótimo desempenho em “produtos básicos da dispensa” e uma saída ruim de “carnes vermelha e branca”.
Sabendo diferenciar os segmentos, você pode avaliar em que área vale mais a pena colocar o seu esforço e quais precisam de mudanças, entre outras decisões.
13. Separe as contas pessoais e empresariais
Um bom começo para melhorar as finanças é separar o dinheiro das suas contas pessoais dos recursos da empresa. Com isso, você entenderá quanto dinheiro entra e saí do negócio. Além disso, um pouco mais à frente será uma medida importante para comprovar os gastos da empresa e pagar menos tributos, pois o imposto de renda só recai sobre o que você ganhou.
Com ou sem o CNPJ, você pode facilmente abrir uma conta destinada à gestão do seu empreendimento. Basta buscar uma conta digital gratuita na loja de aplicativos do celular e escolher as melhores condições.
14. Formalize a sua empresa
Os pequenos empreendedores podem se beneficiar ao adotar o MEI. O limite de faturamento anual — todo o dinheiro que entrou no ano — está em R$ 81 mil. O cadastro pode ser feito no site do governo, e lá você adquire o CNPJ.
A inscrição permite que os tributos sejam substituídos pelo pagamento de um valor único, via DAS MEI. Sem contar que a regularização amplia o acesso a vendas com emissão de notas fiscais e a compras de fornecedores, graças ao CNPJ.
Se você não se enquadrar no MEI, consulte nosso conteúdo completo sobre como obter o CNPJ e encontre as demais opções disponíveis para o seu perfil. Em algumas situações, pode ser necessário consultar especialistas, como advogados e contadores.
Lembre-se, no entanto, que a abertura do MEI é gratuita, bastando acessar o site do Governo Federal e fazer o cadastro. Logo, serviços pagos relacionados a essa abertura serão um custo desnecessário.
15. Controle o fluxo de caixa
O controle de caixa diz respeito à anotação das entradas e saídas de dinheiro do seu negócio. Ele é importante para você controlar as despesas, saber se está tendo lucro ou prejuízo, prestar contas, entre outras finalidades.
Aqui, você pode utilizar a nossa planilha de fluxo de caixa. Alternativamente, é possível contar com aplicativos gratuitos para organização do pequeno empreendedor.
16. Crie um calendário de pagamentos
Utilize o calendário do seu celular para anotar todas as datas das contas a pagar. No começo, o pequeno empreendedor faz de tudo um pouco, e você pode esquecer um valor importante, como parcelas de empréstimos, pagamento de fornecedores e quitação da DAS-MEI.
Por isso, é imprescindível que você tenha essa organização para que o seu negócio não sofra com atrasos.
17. Considere um certificado digital
Em diversos momentos, o certificado digital tornará o dia a dia do seu negócio mais ágil e descomplicado. Acesso a serviços governamentais, assinatura de contratos, transações bancárias e emissão de notas fiscais são alguns exemplos de tarefas que são facilitadas com o uso do certificado digital.
18. Tome cuidado com a inadimplência
Outro cuidado relevante é prevenir a inadimplência em seu negócio. Em primeiro lugar, é preciso avaliar bem quem são as pessoas que você está contratando, consultando o CPF ou CNPJ, ao conceder crediários ou prazo para pagamento.
Além disso, colete os dados completos, endereço, nomes e documentos para que seja possível realizar recuperação de dívidas, caso seja necessário.
19. Crie um plano de marketing
Criar um plano de marketing é essencial para fazer com que o seu negócio seja conhecido pelo seu público. Por isso, uma saída é você encontrar estratégias de marketing de baixo custo para divulgar os seus produtos e serviços, atraindo novos clientes.
Mantenha as redes sociais da empresa sempre atualizadas e produza conteúdo que ajudem seus clientes a resolver problemas, que orientem sobre os produtos, e que mostrem o dia a dia do negócio, entre outros objetivos.
Presencialmente, invista na qualidade do atendimento para que o cliente fique satisfeito e comece a indicar o negócio para outras pessoas. Em muitos casos, o “boca a boca” é um excelente ponto de partida para atrair novos clientes.
20. Acompanhe os números
E se nós falamos em redes sociais e uso do marketing digital para atrair novos clientes, acompanhar os números do seu negócio é essencial para saber se a sua estratégia está sendo efetiva.
Por isso, mapeie todos os relatórios das suas redes sociais, do seu site e, caso você utilize mídia paga, acompanhe seus números e sua efetividade, para decidir onde e como investir de forma certeira em suas campanhas.
Além disso, lembre-se sempre de acompanhar todos os números das estratégias de marketing offline que você possa vir a fazer. Imagine, por exemplo, que você distribuiu folhetos na rua para divulgar um produto ou serviço. Se você não comparar o número de vendas ou contatos antes e depois, como saber se a prática foi efetiva ou se o dinheiro foi jogado fora?
21. Conheça alguns indicadores
O ideal é que cada pequeno empreendedor tenha uma lista dos indicadores que fazem sentido para as particularidades do seu negócio. Contudo, podemos apontar para você quais os mais utilizados, para te ajudar a começar. São eles:
- número total de vendas;
- taxa de conversão = (clientes que fecharam negócio ÷ total de clientes abordados) x 100;
- custo de aquisição de cliente = (investimento feito para conquistar o cliente ÷ pelo número de clientes conquistados);
- faturamento = total de dinheiro que encontrou com as vendas;
- custos = (custos fixos + custos variáveis);
- lucro bruto = (faturamento - despesa).
O período do cálculo pode ser mensal, trimestral, semestral, anual etc. Lembre-se apenas de definir o momento exato antes de realizar o cálculo.
22. Utilize soluções gratuitas de tecnologia
Um excelente início para o pequeno empreendedor é contar com a tecnologia logo de cara, substituindo a maioria dos documentos físicos. Veja uma lista de aplicativos gratuitos para digitalizar boa parte da gestão do seu negócio:
- Trello e Asana para gestão de tarefas e equipes;
- Canva para fazer seus posts, anúncios, cartazes, cartões de visita e outros designs;
- Google WorkSpace para fazer Documentos, Formulários, Planilhas e Apresentações;
- MEI Fácil, Nubank e C6 Bank para abrir sua conta PJ gratuita;
- Google Drive, Dropbox e Onedrive para armazenar arquivos com segurança;
- App controle de vendas para cadastrar seus clientes e controlar o fluxo de caixa;
- WhatsApp Business para se comunicar com clientes.
Vale ressaltar que consultar seu próprio Score CNPJ é gratuito aqui no Serasa. Esse número é importante de ser acompanhado, pois influencia as chances de conseguir um cartão de crédito empresarial — que facilitará o controle das suas despesas, fluxo de caixa e aquisição de produtos, entre outros benefícios.
23. Procure por cursos gratuitos
O pequeno empreendedor também pode estudar gratuitamente. Sebrae, Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Ministério da Educação são três ótimas opções para você adquirir conhecimento sobre negócios, empreendedorismo e gestão.
Você também pode utilizar os materiais gratuitos aqui do Serasa Experian. Entre eles, você encontra ebooks, planilhas, infográficos e outros conteúdos para ajudar o pequeno empreendedor.
24. Defina objetivos e resultados-chave
O pequeno empreendedor precisa dar um rumo para o negócio. Uma boa metodologia para fazer isso são os OKRs (objectives e key results, ou objetivos e resultados-chave, em português).
Nela, a cada três meses, definimos o que desejamos realizar (objetivo) e quais são as condições que mostram que chegamos lá (resultados-chave). Depois, definimos metas para alcançar os resultados propostos.
Imagine que seu objetivo seja atingir o ponto de equilíbrio, ou seja, garantir que o próprio negócio se sustente, pagando suas próprias despesas. Se para isso forem necessárias 450 vendas no trimestre, poderíamos criar a meta de alcançar 150 vendas por mês.
25. Faça benchmarking
O benchmarking consiste em olhar para as práticas de concorrentes ou organizações bem-sucedidas em algo que precisamos fazer. Depois disso, tomamos o modelo de sucesso como base para evoluir.
Imagine um pequeno empreendedor com dificuldades para obter clientes para o seu estabelecimento comercial. Com o benchmarking, ele começaria a olhar para lojas similares ao seu negócio e buscaria promoções, campanhas e outras medidas que pudessem inspirar mudanças positivas.
Viu só? Agora você tem uma série de dicas voltadas para o perfil de pequeno empreendedor. Priorize aquelas em que você estiver com mais dificuldades na área, especialmente as financeiras que impactam a saúde do negócio.
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