O franchising corresponde às "franquias", onde uma grande marca, reconhecida nacional ou internacionalmente, expande seus negócios por meio da criação de vários outros pontos comerciais espalhados pelo mapa.

Assim como o trabalho autônomo, o franchising vem tomando cada vez mais espaço por não criar vínculo empregatício e comercial com o franqueador, além de apresentar grandes chances de rentabilizar um novo negócio, pois a marca já é reconhecida.

Se você se interessa por esse tipo de negócio mas não conhece muito sobre seus aspectos, está no lugar certo! Neste post, vamos explicar com clareza o que é o franchising e por que investir nesse modelo, considerando seus benefícios, desvantagens e legislação. Continue a leitura e aproveite!

O que é franchising?

O franchising, também chamado de franquia, é um modelo de negócios no qual o proprietário (franqueador) de uma grande empresa concede a um ou vários empreendedores (franqueados) o direito de uso de sua marca ou patente de forma padronizada, em diferentes localidades.

Esse modelo ganha cada vez mais destaque por conseguir ter uma mesma identidade em todas as suas franquias, mesmo que elas estejam espalhadas nas mais variadas localidades: estão na internet, em várias cidades, estados e até países diferentes.

Quem não conhece as empresas mais famosas de fast food, como McDonald's, Subway e Coca-Cola? E lojas de varejo como O Boticário, Amazon, Natura e Magazine Luiza? Com certeza você já frequentou ou comprou algum produto dessas marcas em algum lugar!

Além disso, percebemos que todas elas seguem um mesmo padrão, independente do local. Cada franquia deve ter as mesmas cores, produtos, utilizar os mesmos insumos e seguir o mesmo processo de produção.

Esse tipo de controle garante que a experiência dos consumidores seja satisfatória, fazendo com que se sintam sempre dentro da mesma loja, mesmo que em países ou apenas cidades distintas.

O franchising, ainda, gera uma grande rentabilidade sem que um único indivíduo direcione todos os seus investimentos aos milhares de filiais. Afinal, é criada uma rede de investidores em constante colaboração e partilha para o sucesso de uma única marca.

Esses fatores fazem com que esse modelo empresarial também ganhe cada vez mais destaque por ter chances consideravelmente reduzidas de falência e recuperação judicial, em relação a micro e pequenas empresas, já que costumam ter muita estabilidade e serem bem reconhecidas nacional e internacionalmente.

No entanto, apesar das inúmeras vantagens, o franchising tem peculiaridades que devem ser respeitadas por quem quer se tornar um franqueado. Para entender melhor esses aspectos, vamos ao próximo tópico!

Como o franchising funciona?

Tornar-se um franqueado pode não ser muito fácil. Geralmente os interessados passam por um processo seletivo com critérios de escolha específicos, que incluem a análise de experiência empresarial, capacidade financeira e perfil social.

Quando conseguem passar pelo processo e ter uma franquia própria, os franqueadores têm o dever de prestar treinamentos recorrentes, assistência para selecionar um local de implantação, orientação sobre as operações e fornecimento de insumos para o marketing da empresa.

E não fica por aí: para poder dar início às atividades e continuar prestando os serviços, os franqueados devem pagar taxas iniciais para cobrir as despesas do processo seletivo, prospecção, treinamentos, suporte e implantação do novo estabelecimento.

Os royalties, por exemplo, são taxas que devem ser pagas periodicamente em troca do uso recorrente do nome da marca e pelos serviços de suporte prestados, que são uma parte do faturamento bruto da unidade, detalhadas no ato do contrato entre as partes.

Além desses tipos de taxas para poder atuar, você sabia que também existem tipos de franchising? Trouxemos cada um deles abaixo. Confira!

Tipos de franchising

Apesar de todos serem considerados franquias, os tipos de franchising se diferenciam por pequenas características sobre gestão e tipo de venda. Um distribui produtos, outro serviços, e o último fornece os dois. Alguns precisam seguir padrões de gestão e sofrem mais controle, e outros não.

Para ficar mais claro, vamos entender melhor o que é franchising de distribuição, de serviços e de indústria, analisando cada uma das suas peculiaridades a seguir!

Franchising de distribuição

Nesse modelo de franchising, o foco principal está na distribuição física de produtos. Isso quer dizer que o franqueado comercializa produtos fabricados pelo franqueador, usando a marca, assistência técnica e fluxo comercial de uma determinada área geográfica.

Geralmente, esses produtos são selecionados pela filial e distribuídos de forma sistêmica, de acordo com os parâmetros da localidade de cada franquia.

Como o foco principal está apenas na distribuição física dos produtos e obtenção de lucro com as vendas, o franqueado pode operar pontos de venda como varejo de roupas, calçados e eletrônicos, por exemplo.

Franchising de serviços

Já o franchising de serviços se relaciona com a prestação de um serviço específico, enquanto faz o uso de uma marca ou nome comercial licenciado e regrado pelas diretrizes estabelecidas pelo dono da empresa.

Nesse modelo, o franqueador possui mais controle do estabelecimento e das atividades internas do que o próprio franqueado, que está operando todos os dias no mesmo estabelecimento.

O maior objetivo do franchising de serviços é comercializar apenas um ou um conjunto de serviços, mantendo as normas e regras que o franqueador estabelece e seguindo seus parâmetros de organização.

Como exemplos para esse tipo de franquia, podemos citar as redes de hotéis, limpeza, educação, consultoria, saúde e academias.

Franchising de indústria

Por sua vez, o franchising de indústria é como uma franquia mista, onde o franqueador concede ao franqueado direito de fabricar simultaneamente um produto ou serviço utilizando a tecnologia, know-how e marca da filial.

Por esse motivo, também se assemelha bastante ao franchising de serviços, já que envolve a produção de bens nos mesmos padrões e métodos que o dono da empresa mãe. O bônus é que o franqueado pode optar também por utilizar uma denominação diferente para a franquia.

Aqui, podemos citar restaurantes renomados e presentes em vários locais, redes de fast food, redes de bebidas como Ambev e Coca-Cola, e redes de produtos manufaturados.

São inúmeras opções de se tornar um franqueado e ter todos os benefícios de abrir um comércio que faz parte de uma rede empresarial bem mais rentável.

Mas, afinal, será que realmente vale a pena investir em uma franquia e comandar uma marca que já tem dono? Se você está tendo indagações como essa, fique ligado em nosso próximo tópico, pois vamos abordar exatamente esses aspectos!

Vale a pena investir em franquias?

Para entender realmente se vale a pena ou não investir em franquias, não podemos apenas impor um ponto de vista sem considerar e mostrar os fatores positivos e negativos desse modelo de negócio.

Ao mesmo tempo em que abrir um franchising pode trazer benefícios como credibilidade, economia de gastos, garantia de mercado e carteira de clientes fidelizada, desvantagens como localização pré-determinada, pouca flexibilidade e controle excessivo nas operações internas também estarão presentes.

Por isso, nada melhor do que analisar cada ponto individualmente para, assim, analisar e considerar a melhor opção para o momento em que cada empreendedor se encontra, não é mesmo? Confira então todas as vantagens e desvantagens do franchising a seguir:

Vantagens do franchising

Vamos começar pelos benefícios de ter uma franquia. Afinal, elas vêm em um número bem maior do que as desvantagens! Primeiro, é interessante trazer que existe um lado bom tanto para o franqueado quanto para o franqueador.

E para ficar ainda mais claro de percebê-los, elaboramos uma tabela que os coloca lado a lado. Confira!

Vantagens para o Franqueador Vantagens para o Franqueado
Concentração de esforços apenas no desenvolvimento e produção de produtos e serviços Maior garantia de um público fidelizado, já que a empresa já tem seu espaço garantido
Grande parte da expansão é financiada pelo franqueado Apoio do franqueador em diversas demandas que custariam um corpo interno especializado e treinado
Espaço para ampliar sua rede e expandi-la no mercado de forma rápida e menos burocrática Preexistência de planos de negócios estruturados e consolidados
Desenvolvimento de canais de distribuição fluidos, diferenciados e ao mesmo tempo eficientes Grande economia nos gastos com propaganda e anúncio, pois os custos são divididos entre os demais franqueados
Participa e se beneficia de todos os resultados obtidos pelas filiais Planejamento de custos simplificado, já que existe um padrão a ser seguido
Adoção de estratégias de marketing e publicidade para promover todas as unidades ao mesmo tempo Apoio do franqueador que já tem uma rede de distribuição, sucesso de marca, orientações e treinamentos internos
Garantia de reconhecimento e fidelização da marca no mercado crescente Desnecessidade de testar produtos antes de lançá-los, visto que a filial já tem esse controle
Possibilidade de concentrar os esforços em outras áreas, como gestão, marketing, tecnologia e inovação Possibilidades de pesquisa e desenvolvimento ampliadas
Custos fixos menores em comparação com unidades próprias, devido à descentralização das estruturas Independência financeira e jurídica, pois as operações financeiras são de responsabilidade de cada franquia

Viu só como o franchising pode ser ideal se você já quer começar um novo negócio obtendo lucros e um grande diferencial competitivo? Para quem não gosta de perder tempo esperando resultados chegarem conforme o crescimento e reconhecimento de uma nova marca no mercado, escolher uma franquia pode ser uma estratégia rentável.

Desvantagens do franchising

No entanto, todos os formatos de negócios possuem pontos negativos que também devem ser analisados com bastante cautela, e o franchising não poderia ser diferente.

Apesar de estarem presentes, as desvantagens de abrir um franchising são bem reduzidas, se comparadas à quantidade de benefícios trazidos tanto para o franqueador quanto para o franqueado. Veja:

  • Dependência do nome da marca: o sucesso da franquia depende do sucesso e reputação da marca como um todo. Se houver problemas de imagem pública, todas as franquias serão depreciadas;
  • Pagamento de taxas contínuas: além da taxa inicial, os franqueados devem pagar taxas de royalties contínuos ao franqueador, que a longo prazo podem interferir, mesmo que minimamente, na lucratividade do ponto;
  • Concorrência entre franqueados: quem nunca percebeu uma grande quantidade de franquias em um mesmo bairro? Em situações como essas, os franqueados competem entre si, o que pode prejudicar o desempenho geral da marca;
  • Dependência do sucesso do franqueador: como todos estão interligados como uma unidade, o desempenho geral e, principalmente, da filial, pode afetar negativamente toda a rede, caso ocorram problemas de gestão ou financeiros, por exemplo;
  • Mudanças nas condições do contrato: geralmente, os contratos de franquia possuem prazos de duração estipulados, e suas condições podem ser alteradas pelo franqueador com o passar do tempo, impactando a rentabilidade e o planejamento estratégico da franquia;
  • Menor controle sobre estratégias de publicidade e marketing: já que quem tem o controle de campanhas, anúncios e táticas promocionais da marca são os franqueadores, as franquias têm menos poder de gerir suas estratégias de acordo com o local ou público-alvo específico;
  • Controle e restrições operacionais: com padrões e diretrizes rigorosos para que a consistência da marca não seja afetada, a gestão interna e decisões do franqueado são constantemente monitoradas a fim de detectar falhas ou divergências com o padrão imposto;
  • Dependência dos fornecedores previamente definidos: comumente, o franqueado não tem poder de escolha sobre a gestão da cadeia de suprimentos do seu ponto comercial, sendo obrigado a adquirir produtos aprovados apenas pela filial, o que pode limitar a capacidade de negociação de preços;
  • Riscos de falhas nos sistemas: como tudo é previamente estabelecido e controlado pelo franqueador, podem ocorrer atrasos nas entregas, pouca variedade de produtos, perda de qualidade, queda na rentabilidade e falta de inovação de mercadorias.

Além de tudo isso, outra desvantagem é que o franqueado também tem total controle sobre a localidade em que a franquia será instalada. O empresário contratado pode até sugerir seus locais de preferência, mas o poder de escolha do ponto de venda é totalmente do dono da marca.

No entanto, apesar de parecer uma desvantagem, a localização forçada pelo franqueador pode ter embasamento. Normalmente, grandes empresas contam com ferramentas automatizadas de análise de dados, monitoramento, segmentação e filtros de localidade, como o geotagging.

Com informações bem mais precisas sobre o tipo de consumidor em determinada área, por exemplo, embasadas em dados concretos de location intelligence e não apenas nas experiências de comércio dos franqueados, fica muito mais seguro estipular um local estratégico para o novo ponto de venda.

Quais são as taxas de franquia?

Apesar de cada franqueadora cobrar taxas específicas para cada tipo de franquia — como taxa de serviço, taxa de sistema e taxa de renovação de contrato —, existem algumas que se adequam a basicamente todas elas. Veja:

  • Taxa de franquia, taxa inicial ou taxa de ingresso: cobrada no ato de assinatura do contrato, uma única vez, para poder ter licença sobre a marca e propriedade intelectual da rede;
  • Taxa de royalties: cobrada semanal ou mensalmente para cobrir o uso contínuo da marca e as despesas para manter as operações em funcionamento. Seus valores variam de 4 a 10% da receita no período em questão;
  • Fundo ou taxa de propaganda, marketing ou publicidade: cobrada de acordo com a porcentagem de vendas do franqueado em um mês, normalmente, de 1 a 4%. Contribui para manutenção dos pontos comerciais, suporte ao cliente, reparos e desenvolvimento de estratégias de venda e marketing.

O que muda com a nova lei de franquias?

A Lei n.º 13.966 de 26 de dezembro de 2019, que entrou em vigor em 2020, passou a estabelecer novas diretrizes para serem seguidas pelos franqueadores e franqueados. Dentre elas, podemos citar a possibilidade da existência ou não de associações, ou conselho de franqueados, além da estipulação de multas, penalidades e indenizações.

Além disso, também estão presentes outras modificações significativas na legislação, como:

  • Informações de contato de franqueados atuais e que se retiraram da rede de franquias nos últimos 24 meses;
  • As regras de concorrência entre unidades próximas devem estar claramente dispostas e descritas para impedir a competitividade, deslealdade e problemas similares;
  • Filiais devem descrever com precisão todas as informações acerca dos treinamentos, incluindo tempo de duração, custos e conteúdos incluídos;
  • Continuam inexistindo obrigações trabalhistas e relação de consumo por parte do franqueador, mesmo no período de treinamento, pelo fato de ambos serem considerados empresários;
  • A unidade franqueada tem total responsabilidade pelos seus funcionários, inexistindo qualquer gerência por parte da filial e vínculo empregatício;
  • O franqueador fica encarregado de alugar um imóvel próprio para o franqueado, mediante pagamento de mensalidade;
  • Legitimidade mútua para propor ação renovatória de locação.

Ah, e para que nenhuma informação seja esquecida, é importante que para além do que trouxemos aqui, as partes interessadas confiram integralmente o texto legislativo antes de assinar qualquer contrato ou iniciar em um novo empreendimento!

Se você faz parte da população que pensa em começar a empreender, com certeza deve ter achado nosso conteúdo interessante, não é mesmo?

Por conter inúmeros benefícios como lucro garantido logo no início e uma estrutura padronizada — sem necessidade de gastos fixos com a definição de tipo de gestão, campanhas publicitárias, análise de público e implementação de ferramentas tecnológicas —, esse tipo de negócio pode ser rentável de várias formas.

E para expandir ainda mais suas ideias, que tal ler nosso guia do empreendedor Iniciante? Nesse conteúdo você encontrará 10 passos práticos para ir em busca dos seus sonhos de forma objetiva. Não deixe de conferir!