Na era moderna e altamente conectada, a habilidade de resolver problemas complexos de maneira criativa e eficaz se tornou essencial, e é aqui que entra o design thinking: uma abordagem inovadora e estruturada que prioriza o ser humano.
Diferentemente dos métodos tradicionais, esse modelo vai além de encontrar soluções rápidas. Ele foca em compreender profundamente as necessidades, as aspirações e os desafios das pessoas, resultando em soluções significativas e desejáveis.
No conteúdo de hoje, exploraremos os fundamentos do conceito, sua origem, as características que o tornam uma ferramenta estratégica para a inovação e como ele pode ser aplicado em diversas áreas para transformar desafios em oportunidades. Continue com a gente e aproveite a leitura!
O que é design thinking?
Design thinking é uma abordagem humanizada e inovadora para resolver problemas complexos por meio do design, focando em entender profundamente as necessidades dos usuários, redefinir problemas e desenvolver soluções novas, criativas e eficazes.
Ao contrário das metodologias tradicionais, o design thinking integra empatia, criatividade e lógica para oferecer soluções completas, assegurando que sejam práticas, viáveis e desejáveis.
O conceito tem suas raízes na década de 1960, quando Herbert A. Simon, um cientista cognitivo, introduziu a ideia de “pensar como um designer” em seu livro The Sciences of the Artificial. Nas décadas seguintes, foi desenvolvido e popularizado por diversas instituições e profissionais.
Nos anos 1990, a consultoria de design IDEO, liderada por David Kelley, disseminou o design thinking como uma metodologia estruturada e aplicável a diversas áreas além do design, como negócios, educação e saúde. Tim Brown, CEO da IDEO, também contribuiu significativamente para a popularização do conceito com seu livro Change by Design.
Como mencionamos, o design thinking possui várias características e princípios que o tornam uma abordagem única e eficaz para a inovação e a resolução de problemas. São elas:
- Empatia: buscar entender profundamente as necessidades, os desejos e as frustrações dos usuários, colocando-se no lugar deles;
- Colaboração: envolver equipes multidisciplinares para aproveitar diferentes perspectivas e habilidades na criação de soluções inovadoras;
- Iteração: adotar um processo cíclico e contínuo de desenvolvimento no qual protótipos são criados, testados e refinados repetidamente;
- Pensamento visual: utilizar ferramentas visuais como mapas mentais, storyboards e diagramas para explorar, comunicar e validar ideias de forma mais eficaz;
- Abertura ao erro: promover um ambiente em que o erro é visto como uma oportunidade de aprendizado e aprimoramento, incentivando a experimentação e a inovação;
- Foco no usuário: manter o usuário no centro de todas as decisões, garantindo que as soluções criadas realmente atendam às suas necessidades e expectativas.
Como funciona o design thinking?
Esse processo costuma ser dividido em 5 etapas principais: imersão, definição, ideação, prototipagem e testes, como detalhado no infográfico abaixo:
Agora, vamos entender melhor cada uma das divisões? Segue o fio!
Etapa 1: imersão
A etapa de imersão é a primeira e uma das mais importantes fases do design thinking. Ela se concentra em compreender profundamente o contexto, as necessidades, os desejos e as frustrações dos usuários, podendo ser feita por análises SWOT e de stakeholders.
O objetivo é reunir informações detalhadas e insights que servirão como base para as próximas etapas do processo, por isso, é essencial garantir que as soluções desenvolvidas sejam realmente centradas no usuário e eficazes.
Para isso, utiliza-se uma combinação de métodos qualitativos e quantitativos. Na pesquisa qualitativa, as entrevistas abertas e estruturadas, perguntando sobre rotinas, desafios e expectativas, servem para obter uma compreensão detalhada das experiências, motivações e comportamentos dos usuários.
A observação e a sombra permitem analisá-los em seu ambiente natural e a entender seu comportamento e contexto. A pesquisa de mercado e a análise de dados quantitativos complementam os insights qualitativos, já questionários, pesquisas online e análise de dados existentes ajudam a identificar padrões e tendências.
Já os mapas de empatia são utilizados para visualizar as emoções, os pensamentos e as experiências dos usuários, ajudando a equipe a se colocar no lugar deles e contribuindo para a fidelização da carteira. Além disso, as jornadas do usuário mapeiam sua experiência desde o início até o fim de um processo, identificando pontos de dor e oportunidades de melhoria.
Etapa 2: definição
Após a imersão, a equipe analisa as informações coletadas para definir o problema a ser resolvido. Isso inclui o agrupamento e a interpretação dos dados de pesquisa para identificar padrões e insights-chave, bem como a formulação de uma perspectiva clara e específica que guia a fase de ideação com foco em um problema central que deve ser resolvido.
Para isso, a equipe utiliza várias técnicas analíticas e ferramentas colaborativas. Inicialmente, é feita uma revisão abrangente de todos os dados coletados, como a leitura atenta das transcrições de entrevistas, a revisão de anotações de observação e a análise de dados quantitativos para identificar padrões, temas comuns e demais dados significativos.
Após identificar os padrões e temas principais, a equipe passa a formular um ponto de vista (POV). O POV é uma declaração concisa, específica, humana e inspiradora que descreve o público-alvo, suas necessidades e as percepções mais importantes sobre os problemas que enfrentam.
Depois de formular o POV inicial, a equipe deve refiná-lo, por exemplo, por meio da realização de sessões adicionais de feedback com stakeholders ou usuários, garantindo que a declaração de problema esteja alinhada com as necessidades reais e as prioridades dos usuários. Assim, assegura-se que o problema identificado é relevante e tem um impacto significativo no UX.
Etapa 3: ideação
Na fase de ideação do design thinking, a criatividade e a inovação são cruciais. Depois de definir claramente o problema na etapa anterior, a equipe se dedica a gerar uma ampla gama de ideias e possíveis soluções.
O objetivo principal da ideação é criar o máximo de saídas possível para solucionar o problema identificado sem considerar inicialmente a viabilidade ou a implementação. Esse processo é vital para fomentar a criatividade e encontrar soluções inovadoras que poderiam ser negligenciadas em abordagens mais tradicionais.
A ideação geralmente começa com sessões de brainstorming em que todos os membros são incentivados a compartilhar suas ideias livremente, com a regra de não julgar ou criticar as sugestões apresentadas. A quantidade é priorizada sobre a qualidade nesse estágio inicial, pois uma ideia aparentemente absurda pode inspirar outra que seja viável e inovadora.
Técnicas criativas, como o SCAMPER, são frequentemente utilizadas para estimular novas perspectivas. SCAMPER é um acrônimo que representa Substituir, Combinar, Adaptar, Modificar, Propor novos usos, Eliminar e Reverter. Cada uma dessas ações pode ser aplicada ao problema para gerar novas ideias.
Outra ferramenta útil na fase de ideação são os mapas mentais. Eles ajudam a organizar visualmente as ideias geradas, mostrando como diferentes conceitos estão interconectados e revelando novas oportunidades de inovação.
Etapa 4: prototipagem
Aqui, as ideias geradas durante a fase de ideação começam a tomar forma. A prototipagem envolve criar versões preliminares e tangíveis das soluções propostas, permitindo que a equipe explore, teste e ajuste suas ideias antes do desenvolvimento final.
Essa etapa tem como foco validar e iterar as ideias de maneira rápida e eficiente, permitindo que a equipe possa identificar problemas, testar funcionalidades e obter retornos valiosos dos usuários.
Resumidamente, começa com a seleção das ideias mais promissoras que emergiram da fase de ideação. Então, elas são transformadas em protótipos de baixa fidelidade, ou seja, versões simplificadas e rudimentares da solução final, como esboços em papel, modelos de argila, wireframes digitais ou storyboards.
Uma vez avaliados e refinados com base no feedback inicial, a equipe pode criar protótipos de média e alta fidelidade — versões mais detalhadas e funcionais, como maquetes digitais interativas, modelos 3D ou protótipos funcionais de hardware. Eles são testados de forma rigorosa, permitindo uma avaliação mais precisa da experiência do usuário e da viabilidade técnica.
Etapa 5: teste
Por fim, na etapa de teste no design thinking, os protótipos criados na fase anterior são avaliados no mundo real. Aqui, validam-se as soluções desenvolvidas, identificam-se problemas e oportunidades de melhoria e garante-se a qualidade do produto final.
O processo começa com a preparação dos protótipos para serem utilizados em cenários reais ou simulados. Dependendo da natureza da solução, isso poderá envolver a criação de ambientes controlados onde os usuários interagem com o protótipo ou o lançamento de versões beta para um público limitado.
Durante os testes, os usuários são observados enquanto interagem, normalmente acompanhados de técnicas como entrevistas e diversos tipos de pesquisas de satisfação para capturar suas opiniões, reações e sugestões, além de insights sobre usabilidade, funcionalidade e experiência geral.
Problemas de navegação, dificuldades em compreender a interface ou as funcionalidades que não são intuitivas são identificados e documentados. Os aspectos positivos que foram bem recebidos pelos usuários são notados para serem mantidos e potencialmente aprimorados.
Além dos usuários finais, envolver outros stakeholders no processo de teste do design thinking pode trazer uma visão mais abrangente, com membros da equipe, clientes, investidores ou qualquer outra parte interessada no sucesso da solução. O feedback diversificado contribui para uma compreensão mais completa dos pontos fortes e fracos do protótipo.
Benefícios do design thinking para empresas
O design thinking proporciona inovação e criatividade na solução de problemas, melhora a experiência dos clientes, aumenta a colaboração e o trabalho em equipe e reduz riscos e custos por meio da criação de protótipos. Confira:
- Estimula a inovação ao desafiar as suposições tradicionais e explorar novas abordagens para problemas complexos. Por meio de um processo interativo e colaborativo, as empresas desenvolvem soluções únicas e disruptivas, que diferenciam seus produtos e serviços no mercado;
- Colocando o cliente como foco principal do processo de design, o design thinking assegura que as soluções sejam realmente úteis e pertinentes, melhorando a experiência dele e aumentando a satisfação, fidelidade e retenção;
- Promove um ambiente colaborativo onde equipes multidisciplinares compartilham conhecimentos e habilidades, aprimorando a qualidade das soluções, fortalecendo a cultura organizacional e incentivando a comunicação aberta, cooperação e sinergia entre departamentos;
- Permite que as organizações testem e validem ideias antes de realizar grandes investimentos, o que diminui riscos no desenvolvimento de novos produtos ou serviços e possui ajustes com base no feedback dos usuários, economizando recursos e evitando lançamentos malsucedido.
Como aplicar o design thinking em seu negócio? Confira o passo a passo!
Agora que você aprendeu como o design thinking pode ser uma ferramenta para aprimorar ainda mais o seu diferencial competitivo no mercado, que tal descobrir como aplicá-lo em seus negócios? Siga o nosso passo a passo!
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Forme equipes multidisciplinares
Reúna pessoas de diferentes áreas e com habilidades variadas para trabalhar juntas, pois a diversidade de perspectivas é essencial para a geração de ideias inovadoras e eficazes. Certifique-se de incluir membros com experiência em pesquisa de usuários, design, desenvolvimento de produtos, marketing de conteúdo e outras áreas relevantes.
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Ofereça treinamento e capacitação aos colaboradores
Em segundo lugar, invista em treinamentos e workshops de design thinking para capacitar sua equipe. Ensine-os sobre as ferramentas, as técnicas e o mindset necessários para aplicar a metodologia de forma eficaz. Treinamentos práticos que envolvem simulações e exercícios reais podem ajudar os colaboradores a internalizarem os princípios do design thinking.
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Utilize ferramentas e técnicas de design thinking
Outra dica é que você implemente técnicas como brainstorming, mapas de empatia, jornadas do usuário e prototipagem rápida, pois essas ferramentas ajudam a estruturar o processo de design thinking e a garantir que todos os passos sejam seguidos adequadamente. Algumas ferramentas úteis incluem:
- Mapas de empatia: para entender melhor os usuários e as suas necessidades;
- Personas: criação de personagens fictícios que representam segmentos de usuários para orientar o desenvolvimento de soluções;
- Storyboard: visualização de como os usuários interagem com o produto ou serviço ao longo do tempo;
- Wireframes e mockups: representações visuais das interfaces de produtos para facilitar o feedback e o refinamento.
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Crie um ambiente propício à inovação
Desenvolva a cultura da experimentação e do aprendizado contínuo. Implemente a para incentivar os colaboradores a assumir riscos calculados e a aprender com os erros. Crie espaços de trabalho que promovam a colaboração e a troca de ideias, como laboratórios de inovação, salas de brainstorming e áreas de prototipagem.
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Integre o design thinking na estratégia de negócios
Por fim, alinhe o design thinking com os objetivos estratégicos da empresa e utilize a metodologia para identificar oportunidades de inovação que possam gerar valor significativo para a empresa e seus clientes. Faça do design thinking uma parte integral do processo de tomada de decisões e do desenvolvimento de novos produtos e serviços.
Chegamos ao fim do conteúdo de hoje e esperamos que as dicas que trouxemos sobre o tema tenham sido úteis para desenvolver ainda mais as estratégias do seu negócio. Não deixe de compartilhar com seus amigos e seguir nossas redes sociais!