Desde o primeiro momento quando surge a ideia de ter o próprio negócio, uma das primeiras decisões a serem tomadas é sobre quem serão os donos do empreendimento. Será que vale a pena abrir uma empresa com sócio ou é melhor buscar outros formatos?
Contar com um parceiro pode facilitar muitos pontos, desde o aumento do investimento inicial no projeto até a diminuição da sobrecarga de trabalho que costuma atormentar muitos empresários. Porém, também existem alguns riscos envolvidos ao abrir uma empresa com um sócio. Sendo assim, é fundamental que o empreendedor conheça alternativas para que ele possa se precaver.
Neste post, você ficará por dentro dos principais desafios que uma sociedade empresarial apresenta. A partir daí, poderá optar pelo modelo que mais faça sentido dentro das suas necessidades. Vamos lá?
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Quais são os riscos de abrir uma empresa com sócio?
Ao pensar em incluir um sócio no seu negócio, é bom saber que nem tudo são flores. Existem riscos que estão relacionados especificamente ao modelo de uma empresa com sócio. Saiba a seguir os três principais:
Redução de lucros
É preciso saber que um sócio dividirá todos os lucros do negócio com você. Se o seu objetivo é ter altos rendimentos, deve levar esse ponto em consideração.
Diminuição de autonomia
Um possível sócio é mais uma mente pensante para as resoluções das tarefas do negócio. Portanto, nenhuma decisão deve ser tomada sem que ele seja consultado. Em outras palavras, pode ser que você perca um pouco de autonomia. Para alguns tipos negócios e com determinados perfis de pessoa, isso pode ser fatal.
Possíveis problemas com o CPF do sócio
Lembre-se que o CPF dos seus sócios estarão vinculados ao CNPJ da sua empresa. Assim, possíveis problema no CPF dos sócios podem impactar negativamente na sua empresa.
E os pontos positivos, quais são?
Apesar de um sócio trazer riscos, sua presença também traz consigo pontos positivos que devem ser colocados em uma balança na hora de decidir o formato da empresa. Assim, entre os pontos positivos de abrir empresa com sócio, estão:
- o sócio compartilha a carga de trabalho com você. Com ele, você não precisa acumular sozinho todas as funções do negócio;
- o sócio não é seu empregado, logo, não há encargos sobre sua remuneração;
- entende do negócio e ajuda a tomar decisões;
- ele divide todos os gastos com você, ponto bastante positivo quando se tem pouco capital para investir;
- o sócio veste a camisa da empresa com você, de maneira que ambos se mantenham focados e concentrados na empresa;
- ajuda a diminuir despesas, afinal, ele complementa o seu trabalho e evita que a empresa gaste em contratações.
Quais são as diferenças entre uma empresa em sociedade e outros modelos possíveis?
De modo geral, a sociedade empresarial pode ser descrita como um grupo de pessoas que tem o objetivo de vender um bem ou prestar um serviço para obter lucro — a ser dividido entre as partes.
Atualmente, a forma jurídica mais comum no Brasil para uma organização com sócios é a Sociedade de Responsabilidade Limitada, conhecida pela famosa sigla “LTDA”. A nomenclatura aponta a responsabilidade dos sócios, que deve estar limitada a sua participação da sociedade. Independentemente disso, todos os sócios respondem de forma integral pelo capital social.
Mas, na prática, o que isso quer dizer? Imagine uma companhia que apresenta um capital social de R$20.000 e dois sócios, em que cada sócio tem 50% de participação. Sendo assim, ambos irão responder pelas dívidas do negócio até o limite da sua participação societária. No caso, 50% cada um. Na forma jurídica LTDA, os bens pessoais dos sócios são protegidos e não entram em uma possível liquidação de dívidas.
Está em dúvida se você realmente quer ter um sócio? Deseja conhecer outros modelos possíveis de empresa? Veja a seguir.
Micro Empreendedor Individual (MEI)
Se você preferir montar o seu negócio sozinho, pode optar por criar um cadastro no MEI. Esse modelo é destinado para pessoas que terão uma receita máxima de R$81 mil no ano.
Ao abrir esse cadastro, você ainda poderá ter um empregado, desde que ele receba um salário-mínimo ou o piso salarial da categoria. No entanto, vale notar nem todos os tipos de atividades são permitidas no enquadramento MEI.
Empresário Individual (EI)
Diferentemente da opção anterior, quem escolher abrir um cadastro como empresário individual pode contratar mais funcionários e ter a receita máxima da empresa até o limite de R$ 360 mil, sendo considerado como ME (MicroEmpresa) ou até R$4,8 milhões por ano, se enquadrando como EPP (Empresa de Pequeno Porte).
Esse tipo de CNPJ não apresenta as restrições do modelo do MEI quanto às atividades que a empresa pode exercer. Como o próprio nome sugere, esse cadastro pode ser feito apenas por pessoas que desejam abrir um negócio sozinhas.
Empresário Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI)
Caso o empreendedor queira abrir o negócio sozinho, mas não deseja correr o risco de ter seu patrimônio pessoal desprotegido, pode montar a empresa na forma jurídica de EIRELI. Neste caso, a responsabilidade do dono está limitada ao capital social da companhia e seus bens pessoais ficam blindados a uma eventual liquidação de dívidas contraídas pela organização. No entanto, neste modelo, o capital social deverá cumprir o montante de 100 salários mínimos nacionais.
Que cuidados o empreendedor pode tomar ao abrir uma empresa em sociedade?
Agora que você já viu os pontos positivos e negativos de abrir uma empresa com sócio, estude ao máximo as condições da empresa para que você possa evitar problemas futuros. Aqui vai dois cuidados fundamentais nesse momento:
Busque aconselhamento especializado
Atualmente, existem muitas maneiras de buscar aconselhamento em relação a negócios. É sempre recomendado consultar um contador, pois esse profissional poderá lhe orientar em detalhes sobre os modelos de empresa existentes e qual deles melhor se encaixa no seu caso. Um mentor ou consultor empresarial também pode ser extremamente útil para auxiliar em decisões estratégicas, como é o caso da escolha de um sócio.
Faça uma revisão de contrato cuidadosa
Revisar cuidadosamente o contrato de sociedade é fundamental para que ninguém seja prejudicado. Tenha cláusulas preventivas que especifiquem o que ocorrerá nas mais diversas situações.
Quer um exemplo? Cuidar do planejamento da criação da sociedade é tão importante quanto pensar no planejamento do seu término. Isso deve ser conversado e especificado em contrato ainda no início da sociedade. Sem um consenso entre os sócios, é bem provável que, em caso de rompimento, todos saiam perdendo.
Como acertar na escolha do sócio?
Se após todas as análises, você decidiu abrir uma empresa com sócio, então é hora de pensar na escolha da pessoa certa, não é mesmo? Veja a seguir algumas dicas valiosas nesta missão:
Namore antes de "casar"
Antes de combinar uma sociedade, procure conhecer bem o seu possível sócio. Conversem bastante, troquem diversas ideias, sejam transparentes um com o outro, tirem dúvidas, falem de seus medos, ambições, virtudes e adversidades. Dialoguem sobre como seria o trabalho juntos, o que pretendem atingir juntos e entrem em acordo sobre o jeito de ser de cada um.
Busque um sócio com habilidades complementares
Comece com uma análise dos seus pontos fracos e fortes para então conseguir entender como o seu sócio pode lhe complementar. Por exemplo, se você é muito bom em vendas, pode buscar por alguém que saiba fazer o operacional. Nesse cenário, se o seu sócio fica encarregado das tarefas braçais, você pode vender e trazer novas oportunidades para a empresa. Esse é um bom caminho para uma parceria duradoura e de sucesso.
Observe se há objetivos em comum
Tente entender se as duas partes têm objetivos em comum. Caso você esteja visando um produto revolucionário e sustentável e o seu sócio esteja apenas preocupado em ter um negócio de alta lucratividade, fica claro que os propósitos estão desalinhados. Lembre-se de que você precisa encontrar a pessoa ideal para compartilhar o seu projeto. Se não encontrá-la, talvez seja melhor seguir por conta própria.
Agora que você conhece os riscos de abrir uma empresa com sócio, já pode tomar — com total embasamento — a decisão de ter ou não um parceiro no seu negócio. Os desafios existem, mas, como vimos, é possível adotar algumas precauções para evitar problemas. Além disso, caso opte por fundar uma organização em sociedade, fique atento aos principais pontos para acertar na escolha do seu aliado, ok?
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